sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mãe

Beije em meu rosto,
Um pouco de sua crueldade,
Antes que teus lábios secos apodreçam.
Sorrateira, me observava
De fora, mas de dentro
E minha alma queimava em ódio.
"Desde quando está à porta
Observando minhas ações?"
Não sou capaz de suportar.
(Meus joelhos esfolados jorravam sangue
Até que eu não conseguisse mais caminhar)
É, aprendi muito desde
Que os últimos dias frios se foram...
Confesso que era mais feliz, antes.
Olha, mãe, olha bem pro seu filho depressivo
Vê só como caminha torto;
Os pés tão defeituosos...
E mesmo assim, nunca te trouxe orgulho
que eu tenha pernas? -
E braços, e coração. Eu tenho um!
Você não se reconhece em minha face, não é mesmo?
Olha para mim, mas não sou seu.
Mas se desejares, posso atear fogo à minha pele
Até meu rosto ficar desfigurado,
Assim, um dia, glorificado
Pelas suas mais nobres piedades católicas.
Ó garoto (converso comigo mesmo, em insanidade),
quais amores você viu morrerem aos poucos?
Me recordar de todos... que lástima!
E tu, porque ainda se rasteja como o verme que és?
Porque não cai ao chão como os outros
E se debate, em agonia, pela última vez?
Nada aqui tem futuro, jovem.
Ao contrário do que diziam, você cresceu.
E isto que vês no espelho, é o que tu és, sim!
Infiel à tudo em que pode acreditar um dia,
Traidor de ti mesmo.
És um maldito - E não volta à infância.
(E volto-me para fora de minh'alma)
É mãe, tu me olha de cima a abaixo e sou o mesmo
Mas por dentro,
Sou só mais um dos que morreram cedo.

Um comentário:

  1. Oii, Bruno!! Nossa, que poema forte, menino!! Caraca!! ^^ rs...

    Ah! Comenta no meu blog!!Eu o atualizei!!
    Postei sobre a cantora e atriz Charlotte Gainbourg!!

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    Conto com você! Comenta lá e me segue!!

    Mil beijos e tudo de bom, querido!!

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