Credo-em-cruz e mais um monte de merda,
Só não tanto nos amigos.
Sentir cheiro de merda me traz nostalgia,
Lembra a adolescência,
As pessoas esgotadas [Cheias de esgoto]
Olham para copos vazios
E constatam estar de saco cheio.
E vieram muitos copos vazios, numa noite,
Até que me definissem como pessimista.
Mas nenhum deles estava meio cheio,
Então, como todo pessimista,
Em verdade, em verdade, vos digo: Sou um realista.
Desde quando vim pra cá,
Tenho sempre os mesmos problemas
Esses dos quais não se fala,
E que, por não se falar, não se resolvem nunca;
Em casa os espelhos, rachados,
Me trazem uma imagem distorcida.
Nas ruas, estes que me enxergam com clareza maior
Do que a com que consigo me enxergar,
Me apresentam à mim mesmo,
Alguém não menos distorcido que aquele dos espelhos.
Temo que assim seja.
Então meus amigos vem até em casa:
[Se gostam de mim, boa gente é que não são]
E eles dizem que tudo vai ficar bem,
Que um novo ano começou,
Que serão presentes em meus aniversários.
Hm... sei não..
Credo-em-cruz e mais um monte de merda,
Mas.. Nos amigos...
"Varra-me de uma vez"
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Até que o Sol desista
Vou perturbar as ruas, aos berros,
Clamarão sob meus pés, os insetos, por piedade?
Ou, espreitando no escuro pelo tempo em que cairei,
Arrancarão de mim os dentes e a pele?
A culpa é minha se nada ficou pra trás,
Vou desaprender a andar, prometo.
Vou desaparecer na neblina de uma manhã cinzenta.
Os nós que não consigo desatar queimam por meu corpo;
Agora sei que a culpa é minha,
É fim de mês, as cobranças aparecem..
"Me acorde cedo, quero ficar mal humorado."
"Me acorde e me enforque" - foi o que combinamos,
Em tais noites.. Finitas, de vistas embaçadas.
E tua ausência pela manhã me provocava arrepios estranhos.
Nossos filhos seriam abandonados em latas de lixo,
Seus pulmões estariam cheios de fumaça e sem forças.
Estava quase pra te alcançar, quando os pés falharam,
O mundo era tão cedo, e a vida comprida,
Quase não soube reconhecer o que o tempo destruiu.
A vida agora é tarde demais,
E o Sol nunca mais nascerá.
Perturbarei-o, aos berros, até que desista;
Que dê as costas como fizeram todos.
Na noite as cobranças se afastam,
Na noite os vermes cobiçam
Na noite os mortos se abraçam
Na noite, me enforco, sozinho.
Clamarão sob meus pés, os insetos, por piedade?
Ou, espreitando no escuro pelo tempo em que cairei,
Arrancarão de mim os dentes e a pele?
A culpa é minha se nada ficou pra trás,
Vou desaprender a andar, prometo.
Vou desaparecer na neblina de uma manhã cinzenta.
Os nós que não consigo desatar queimam por meu corpo;
Agora sei que a culpa é minha,
É fim de mês, as cobranças aparecem..
"Me acorde cedo, quero ficar mal humorado."
"Me acorde e me enforque" - foi o que combinamos,
Em tais noites.. Finitas, de vistas embaçadas.
E tua ausência pela manhã me provocava arrepios estranhos.
Nossos filhos seriam abandonados em latas de lixo,
Seus pulmões estariam cheios de fumaça e sem forças.
Estava quase pra te alcançar, quando os pés falharam,
O mundo era tão cedo, e a vida comprida,
Quase não soube reconhecer o que o tempo destruiu.
A vida agora é tarde demais,
E o Sol nunca mais nascerá.
Perturbarei-o, aos berros, até que desista;
Que dê as costas como fizeram todos.
Na noite as cobranças se afastam,
Na noite os vermes cobiçam
Na noite os mortos se abraçam
Na noite, me enforco, sozinho.
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