terça-feira, 25 de maio de 2010

O que nós realmente sentimos

A alma escorre pelos ralos da consciência
Como a parafina que se derrete no fogo da desilusão -
Um naufrágo sem sobreviventes.
Quando o mundo exalta a imagem é que vejo o que há dentro,
As vendas nos olhos não nos permite enxergar a beleza de tudo que sentimos e que já se foi.
Os vermes se alimentam da prodidão,
Sabem da desesperança pelos olhos daquele que já desistiu de viver.
Não somos capazes de sentir o que está através da visão,
Resgatar a inocência de sonhos cristalinos é tarefa que não nos apetece.
Os ruídos cantam na mente; nossos pés se colocam a dançar.
Irmãos num choro desincronizado
Que sempre clama por proteção e atenção.
Esta é a harmonia da vida - não estima, ou imagem -
As necessidades se perdem quando temos o ser.


P.S.: Fiquei com dó de postar... não gostei muito.

domingo, 16 de maio de 2010

O Paraíso tem Câncer

No paraíso há um câncer;
Alguns o chamam inferno,
Prefiro que permaneça sem nome,
Assim, como todas as coisas.
É eterno, incurável,
Ataca os Deuses de seus ancestrais
Como o covarde que ataca seu irmão
Usando de sua de confiança em dar-lhe as costas.
Não há pra onde correr - O paraíso tem câncer.
As cinzas se lançam, suicidas, no precipício
As cinzas se lançam das nuvens,
Impuras, imperfeitas, almejam cair e morrer.
E nós queríamos que elas morressem e
desaparecem de uma vez de nossas vidas,
Queríamos que queimassem os resquícios
de inúmeros pecados que nos fazem tão mal,
Que ao amanhecer, não queremos ver nossas faces.
Mas, o Paraíso está com câncer,
E agora tudo é imperfeição, tudo é solitário.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A distância e a Saudade.

No horizonte, buscar por aquilo que está dentro de si.
Seria comum, até, não fosse o ódio que crias por si mesma.
A distância é a morte dos corações e a saudade é um último suspiro na noite dos solitários.
O repúdio por tudo isto haveria de matá-la, não fosse o suicídio prematuro que cometera, ao sentir o amor pela primeira (e pior) vez.
Cada sentimento é a morte da ânsia por ser. Cada ilusão é uma voz em sua cabeça,
Um novo espírito a quem não pode abraçar; Uma nova face sem reação, estagnada.
O ser se perde numa busca infundada de novas faces que tentam preencher um antigo retrato.
Tu conversas com fantasmas sem voz que nem ao menos buscam responder os seus "te amos"
Perde seus dias a encontrar memórias que não mais voltarão.
Mas o tempo passa rápido e o passado é a distância mais inalcansável,
Então, vale a pena morrer por algo que já está morto?
Vale a pena morrer antes mesmo de viver uma primeira e única vez?




NOTA:
As árvores, ao terem as raízes amputadas, ficam para sempre como eram antes de serem derrubadas.
Os homens são árvores, as formas são a consciência e a Raíz é a vida.
A memória é o que nos faz permanecer vivos enquanto formos recordados por nossos filhos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Todos os Seres Vivos não passam de mortos em potencial.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quatro paredes; Mil demônios

Quatro paredes; Mil Demônios,
Falta sentido, Sobra escuridão
- silêncio
Ânsia.
Morram, desejos! Morram, pensamentos!
A nuvem negra encobre o céu.
-Sumam!
Profundo,
Largo, Vasto, invisível.
A insônia é um eco na mente dos atormentados
Som intenso, longo diálogo.
-Se Quebra.
Embaçado, o espelho se espalha.
O reflexo, a porta, atravessar.
A paz é um esconderijo; encontrá-lo.
O sono foge, escorre, se equilibra, cai.
-Horizonte, a fuga.
Ao fogo, sonhos não mais,
Lembranças, morram! morram!
-Ininterrúpto.