segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O Amor, em sua Plenitude

Incito ódio ao oxigênio que adentra minhas traquéias,
Se dissermes que mal te fiz, em meus atos impensados.
Alegria me toma, se teu maravilhoso sorriso
Se abre, iluminando o divino e o trivial
(Maior perdão em minha imperfeição, não encontraria)
Venderia minha alma desgraçada
por teu abraço aconchegante na noite mais fria e solitária.
Venderia meus sonhos pelos teus olhos brilhando esperançosos.
Desejo, com todas minhas forças, estar contigo
Acordado, e te sentindo de dentro pra fora.
Já à outro amor, no berço que embalou meus primeiros sonhos,
Dava-se um nome muito menos belo.
Quem é que aprendeu amar e não sorri,
Pelo sincero sorriso daquele que rege seu romance?
Em que escolas literárias os grandes poetas ensinam
possuir seus gloriosos amores como pássaros aprisionados em gaiolas?
Queria observar tua perfeição sobrevoar os mais belos campos
Longíncuos, porém com a certeza de tua felicidade.


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Obrigado, Marina, por me fazer escrever sobre amor uma vez mais.
Obrigado, pelo que me trouxe de bom, sempre e sempre
E com mais intensidade à cada vez que te vi.
Obrigado por TUDO que fizeste por mim e que fizeste comigo,
Você é eterna em mim, enquanto eu viver.
Eu te amo e, à ti, o meu maior agradecimento.

domingo, 26 de dezembro de 2010

O Amor Morava em Mim

Se meu pulmão está inflamado
A culpa é deste ar contaminado
Pela fumaça do ódio humano.
Meu sorriso se perdeu
Em algum canto deste quarto escuro.
Para onde correu o amor?
De que guerra fugiu?
Meu nobre coração está na estante,
Sangra, incessante, sangra.
Na inércia, não tende à parar...
E não vai.
O ter é a falta. O vazio é tudo.
Sei sentir, aprendi quando pequeno,
E desde cedo aprendi a solidão.
Meus pensamentos me guiaram através da neblina.
Nasceram os fantasmas. Libertaram-se os demônios.
Desejei colocar aço na minha cabeça,
À troco de que?
Ninguém tem paz, afinal!
Fui aprendendo com a vida, e os pensamentos...
Estes, nunca cessaram. Infernizando, atormentando.
Se tornaram o meu cárcere, minha pena.
Já os sentimentos... Pra onde foram?
O amor se esconde atrás desta cabeça amaldiçoada
Ou, de tão só, morreu meu coração?
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O eclipse aconteceu
Escuridão cobriu a lua
Minh'alma também morreu
Restou só a carne crua

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Alma Morta

Existe lodo sujando a neve
Na terra onde os lobos se alimentam de corações humanos.
Se os sentimentos matam mais que as armas,
Estás dobrando a esquina de sua casa.
Observas o mundo por uma janela empoeirada.
A utopia está morta e o frio é eterno.
Baratas saem da boca de um cadáver em decomposição;
É a alegria escorrendo por entre seus dedos.
A desesperança é tudo que consegues enxergar
Através desta neblina densa de frustrações.
Na ilha dos desesperados
A existência anda de mãos dadas com o sofrimento.
A verdade é uma avalanche de ódio destruindo seus ossos na madrugada.
O medo é o prato principal no menu de sua vida.
Seu crânio esmagado num canto da sala, virou atração turística.
Seus Deuses imperfeitos são piadas na boca de seus carrascos.
Sua alma seca virou poeira embaixo do tapete.
Está morto, afinal.
Sempre esteve.

Aos Mediocres por Natureza

Se sua beleza alva não te importa,
Rasga tua face com a lâmina da verdade!
Se nada na tua vida te vale mais que aquilo que possui,
queima tuas mãos por teus pertences, maldito!
Teu ouro brilha, tua alma é fosca.
As chuvas da verdadeira glória
Enferrujam teu espírito medíocre.
Fura teus bolsos e sangue te escorre,
mas corta teu peito e nada encontras.
Se julga tão forte. Tão completo e perfeito,
O que temes, então?
Hoje choras pelas reações de teus atos?
Volte pra placenta, filho do pecado!
Atirar pedras nos heróis alheios te engrandece,
Mas ergues estátuas aos Deuses da futilidade.
Seus espelhos despedaçados não te refletem com clareza,
Mas é porque não pagaste ainda teus sete anos de azar.
Sete anos de sofrimento e vinte e um de remorso,
Volta, diabo, que o inferno é seu por direito!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Olhe Bem pra Mim

Tenho cara de Suplente do seu Deus?

domingo, 19 de dezembro de 2010

Pagando Pecados Alheios

Pagando pecados alheios,
Quebrando promessas vazias.
Quanta angústia é possível enxergar no vazio de minhas retinas?
Estava preso às quatro paredes da sanidade,
Me sufocava. O oxigênio não supria minhas necessidades.
Sem abrigo, fugi pra sempre.
Aqui estou. Maldito, amaldiçoado, pode me enxergar, agora?
Estou cego e morto, consegues ver que parti pra sempre?
Podes ver a tristeza à se alastrar?
Queimando a alma, deixando do espírito as cinzas.
Minha fênix é incapaz de alçar vôo,
Perdida, desamparada, sem asas.
Desaprendi sorrir, ó Deus! Me perdoe por não ser teu filho.
Não tenho amor por nada, nesta vida vã.
Posso sentir o pânico pelas ruas,
O apocalipse rasga os céus, rachando suas construções frageis.
Desde quando me entreguei aos braços de toda essa mediocridade
Não sei mais como é almejar algo.
Desde que aprendi a viver pelos outros, Perdi o que era meu.
Não quero ser filho de seu Messias,
Não sou mártir da sua religião suicida.
Não enxergas que Jesus não vai voltar pra cuspir em suas pernas bambas?
Enquanto os jovens se cortam em seus quartos escuros,
E o óleo escorre as margens deste mar imundo
Estou aqui, esperando...
Mas o que é que vem pela frente?
O que?

sábado, 11 de dezembro de 2010

O Trem se Foi

A vida é um trem alcançando o fim de sua linha.
O desespero faz com que alguns saltem pelas janelas
Para o grande abismo da inexistência.
À estes só resta o esquecimento.
As drogas fodendo sua mente,
Os humanos fodendo seu coração.
A tristeza dominando,
Você agonizando e se debatendo,
Com seu sorriso amarelo, de plástico,
Um script repleto de falas otimistas
De um personagem coadjuvante de sua própria história,
Antagonista de uma trama sem surpresas.
Inalando fumaça, a gola o sufoca.
Aperta o nó de sua gravata,
Aperta o nó em sua garganta,
Mas está apresentável para o espetáculo.
O mundo te soterra cada vez mais
Com suas traições hereditárias,
Com suas ambiguidades de morte súbita
E suas coroas de espinhos.
E você cava sua cova diariamente,
Comprando flores e compondo requiéns
Para um velório que não poderá assistir.
Matando seus antigos amores
Chorando diante de suas sepulturas.
À beira da ferrovia escura e solitária
Esperando que a verdade o abrace,
À margem de sua própria vida
Beijando ingratidão e desprezo.
Sem tocar os céus uma única vez,
De joelhos esfolados e palmas ensanguentadas.
Sem conhecer ascenção,
Estagnado, sem saber crer em sua capacidade.
Espera que o trem já chega, amor,
Mas espera com a gola nos trilhos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

La Tour de la Destruction

Novas xantagens baratas.
Os vermes servem de alimento
Refeição dos ignorantes
Banquete para os idiotas.
Mãos gélidas, procurando abrigo.
O calor que não aquece. O frio que não cessa;
Tudo volta ao seu lugar de origem.
A mansão de Deus ou a Torre da destruição
À que porta minha mão fria bate até sangrar-me os dedos?
Só o vazio e o silêncio, o que resta no meio da noite.
O que trará mais abrigo que a insanidade?
Nestes caminhos tortuosos, compridos e desconhecidos
Agora jazem minhas flores, murchas.
Preso às hastes desta loucura,
Vejo um terceiro Sol dominar os céus submissos;
Sua cor, sua fortaleza, sua grandeza.
Tráz em suas veias o caos do universo.
Banhado na desordem, renasço, podre mais uma vez.
Do Paraíso de Deus, resta o alicerce destruído.
As trevas abraçam minh'alma; Esta se aconchega.
O berço dos amaldiçoados.
Sou um anjo morto, sem sangue nas artérias.
Pulsando, minhas asas negras anseiam tomar os céus
Mas a necessidade vêm a tôna - Corroendo.
Me frustro uma última vez.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A noite dos desperados

Forte, mais forte, me toma
Forte, toma pela mão, chamando à sombra
Um assobio, no eco da noite mais negra
Descobrindo o mundo, forte e real.
Escuro, Escorre pelos vãos
O amargo do sangue na boca
Negro refúgio dos desperados,
Enquanto os relógios enlouquecem
No Sol frio de cada manhã seca.
Mais um dia, ou outro qualquer,
Orfão de alegria, cego de amor,
Qualquer coisa que o valha;
Gotejando como se ainda restasse sangue
Sofrendo como se podesse sentir algo
Debilitado e em coma profundo,
Só, na madrugada mais vazia.
Madrugada dos cães que ladram selvagens
Da nevoa das ruas desconhecidas,
No temor dos anjos sem asas
Um coração taquicardíaco.
Na cidade, cinza e podre
Bate ainda, acelerado,
Ansiando a vitória dos desiludidos
Mordendo os lábios, em angústia
Ludibriando infernos vãos
Pessimistas por natureza,
Hipocondríacos, incapazes
Destinos de orgãos insuficientes.
No bravo debater dos medos
Na noite dos desesperados,
Trovando glórias míopes
Desbravando guerras suicidas
Esculpindo fantasmas enebriados
Sangrando cortes mal-cicatrizados,
Tomado pela mão, à caminhar só.