quinta-feira, 31 de março de 2011

Não merece um Título

Foda-se o brilho nos olhos dos jovens;
Foda-se você e o lixo dos seus sonhos.
Dê uma olhada à sua volta
Deixe de ser um tapado, idiota, imbecil
Forçando sua cegueira pra não querer
Cortar sua garganta à cada passo.
É só regresso! É só derrota!
Você fracassa e fracassa.
Faz promessas que não cumpre;
Sem razão pra se manter em pé
Come merda e cacos de vidro.
Tinha sonhos, tinha esperanças
MAS AGORA NÃO TEM NADA!
Vai morrer sozinho e sem nada!
Bem vindo à terra dos corações partidos,
Não chore como uma criancinha com medo.
Suas mãos apodrecem tudo aquilo o que tocam.
A lama nos pés marcam o fundo de teu poço interior.
Ó! animal que rasteja
Impuro pelo bosque dos malditos!
Vomita de ti o amor, e cospe a alegria,
Só o ódio te abraça, só a morte te busca!
Quando foi que se jogou pelo ralo?
Foi derrubado! Está acabado como nunca;
E vai morrer no final, vai morrer no final,
Vai morrer no final!
Sozinho, louco, imbecil e frustrado,
Vai morrer no final.


-
"Me deixa esquecer que a vida é assim,

Desisti de sorrir, desisti de sonhar,
Desisti de querer viver em paz"

sexta-feira, 25 de março de 2011

Eterna Ressaca

Vivendo de inúteis quimeras
Maravilhosas por sua natureza
Sonhando com mulheres belas
Como as de comercial de Cerveja

Que aquece nossos baixos egos
Pelo cansaço já massacrados
Quando estamos pelo ódio cegos
Ou chorando sonhos não realizados


Comemoremos novas alegrias
Festejando como grandes amigos
Esqueçamos essas noites frias
Perdoemos os fracassos antigos


Assistiremos à triste morte
de nossos ideais juvenis
Amaldiçoando nossa sorte,
Perdendo esperanças infantis

Contemplando esta idiotice
E'a ressaca que à nossa paz gora
Julgamos termos chego à velhice
Mesmo que seja bem antes da hora

segunda-feira, 14 de março de 2011

Incerto

Bom, normalmente posto coisas minhas, mas,
Não podia deixar passar esse texto, em especial.
Então posto aqui um texto de um grande Escritor, Músico, Intelectual e sobretudo grande amigo!


Incerto

[O andarilho]

Sem muita luz
Meus olhos ardem
O vento me conduz
A uma miragem

Estou definhando
Como tudo em minha volta
Sigo andando
Por um caminho sem volta

Tudo o que é certo
Vai contra a razão
Um árido deserto
É o nosso caixão

[A árvore]

Toda minha energia
Sumindo na escuridão
Inexistente sintonia
Flores cinzas ao chão

Doentios animais
Não souberam aproveitar
Esperança nunca mais
Já é tarde pra recomeçar

Recolho meus frutos
Numa falsa calmaria
Sempre em luto
Espero por outro dia

[Epílogo]

Então um vasto manto
Cobre a natureza
Sua beleza num canto
E no outro sua frieza

No berço da humanidade
Máscaras vão caindo
sem justiça e liberdade
O mundo acaba falindo
-
Guilherme Faustino

domingo, 13 de março de 2011

Devemos Deixar que Aquilo ao que Amamos Se Vá

Andei por trilhos desgastados,
Conheci muito e muito do que conheci
Era o chão áspero e sujo onde cai,
Enquanto tentava aprender à caminhar.
Muita solidão me acompanhava,
Muito do que era tristeza, me sentia.
Nos braços do medo
Me deitei em noites frias de insônia,
Incapaz de dormir, não pude sonhar.
Almejava adentrar meus pensamentos,
Conhecer minha própria mente;
Descobri o pesadelo.
Tudo estava ali, nos meio-sorrisos.
Nas lágrimas inteiras; Eu fugia.
Me afastava de tudo que me pertencia,
O demônio me consumiu aos poucos.
O sangue quente em minhas veias
Nunca abrangeu o gelo de minha espinha
E meus ossos fracos
Se quebravam à cada passo em falso.
Consegues ver com meus olhos?
Toda essa insanidade está aqui
E quer se libertar.
Você me entende?
Me dê a mão, anjo, sente-se ao meu lado.
Entendes meu inferno?
Estou te deixando partir para sempre.
Sei que já é tarde,
Não vou te pedir mais uma hora de companhia.
Linda, no fim todos se vão,
Não tenha pena, me acostumo.
Um dia eu tambei hei de ir
Sair por esta porta e nunca mais voltar.
Sem corpo, sem alma, Livre.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Homem que Não Possuía à Si Mesmo

Fita a parede, estático.
O pus escorrendo das feridas,
Toda podridão de seu cadáver fétido;
Embreagado como sempre,
Acabado como nunca.
O punhal pendurado nas costas,
Os olhos perdem foco.
"Vai me deixar aqui?
Eu não quero mais isto, não"
O futuro escorre o ralo
Boia no esgoto da falsidade.
"Está na hora de aceitar
Está pra lá de morto,
Vai acabar afogando
No seu próprio vômito.
Caia lá pra outro lugar,
Aceite, só aceite
Não venha pro meu lado
Com essa conversa fiada"
O cigarro pela metade,
Esfumacea-se no cinzeiro
E as esperanças entre a poeira preta.
Sentado no sofá, o defunto sonha
As luzes da cidade se apagam
As oportunidades sepultadas.
"Esse papo me cansa"
Desliga a Tv, num suspiro
"Esse seu moralismo
Não vale uma moeda de 10 centavos,
O que eu queria mesmo era
Uma dessas mulheres da propaganda da Skol"
Esboçou um sorriso frio, amarelado,
Coçando a barba mal feita.
Estar isolado não era escolha.
As pessoas olhavam mas,
Não entendiam a profundidade.
"Covardes! Optem por viver no raso,
Vou pras ondas onde homens morrem afogados!"
Difícil caminhar tendo a certeza do regresso
"Não encoste em mim,
Saia, saia de perto
Ah! Desgraçado"
Morrendo as mínguas,
A última lágrima, a mais dura,
Varreu o lodo do carpete.
"Minha nossa senhora!
Esse aí não volta mais."

segunda-feira, 7 de março de 2011

O Cair da Noite

A penumbra cobria o céu,
E a alma se aconchegava
No manto negro da noite que nascia.
Ansiava algo que não podia alcançar;
A angústia é um filho desgraçado
No útero da escuridão mais intensa.
A frustração era concreta
Como um abismo infinito.
Poderia caminhar pelo meio fio,
Sem nunca se aperceber
De que ele estava lá,
Mas, infiel, olhou pra baixo.
Desejava precipitar-se;
Lançar seu corpo magro
Contra a escuridão sem fim.
Desejava livrar-se
Do cárcere que eram seus contornos;
Libertar-se da mente insana
Que o guiava para o nada,
Que fazia das faces sem vida
Do dia-a-dia, sua maldição.
A desesperança corriqueira,
O tormento, a falta de vontade na vida,
Tudo era tão trivial, comum.
O vazio o engolia aos poucos,
Sua alma era massacrada,
Dilacerada por suas fobias.
Seguia inerte, sem objetivos.
Envolto à sua solidão,
Almejava ser outra pessoa,
Alguém que sofresse menos,
Que pensasse menos.
Triste, deitou-se,
E apesar de grande seu desejo
De que o dia não amanhecesse;
Aconteceu.



[Me sepultem, me enterrem
Estou morto, morto!]