sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sobre a Última Chuva que Caiu Sobre minha Tez

Caminhava pela rua,
Voltando triste pra casa.
Chutava pedras
E amaldiçoava cães
Quando a chuva começou
cair leve sobre minha existência.
(E molhar meus tênis sujos)
Olhava para todos os lados
Contemplando uma solidão
Que já não me machucava tanto
Quanto se fosse noite
Ou se estivesse entre quatro paredes;
"O medo da chuva faz com que
as pessoas fiquem em casa" - Pensei
ironicamente, começou a chover mais forte.
Continuava caminhando
Firme, como quem nada teme,
Ou como quem não tem opções,
Ou ainda como aquele que já não tem nada a perder
Quando seus sonhos estão pesados
E congelados pela chuva forte.
Vinha calculando frases,
Sonhando com imagens profundas
Que vêm subjetivas em minha mente
Mas sem ser imagens ainda.
"Não fale das coisas
as quais não pode ver
São cegos em essência
Os humanos que julgam
ser os donos da verdade"
- Inteligente, concluí
E um calafrio tomou meu corpo;
E passei as mãos no rosto
Como se fossem enxugar;
E novamente;
Tentava dar nitidez à visão turva
Pela água que às retinas embaçava.
Vislumbrei uma bela árvore,
Essas de grandes copas e folhas largas,
Apenas uma, mas ainda muito bela,
Solitária como eu num dia de chuva,
Ou numa noite de insônia,
Me abriguei sob seus galhos,
"Só até esta chuva cessar" - pensei.
E co'as metáforas que a
(agora) tempestade lavava,
O objetivo escorreu de minha mente e fugiu.
Sentei-me e sorri para ela.
Ali, eu estava em casa.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Fuga / Refúgio

Renascem das cinzas os medos,
Das tumbas se ergue a tristeza.
A morte domina o corpo,
A epilepsia, no insensato escuro;
A vida se vai, com todo seu peso.
Os cadáveres estão eufóricos
Anseiam morrer novamente.
Os cadáveres estão tremendo
O remorso os corrói aos poucos.
Correndo, Vai pra longe,
Correndo, és insuficiente.
Inglória, o pó de seus tecidos
Expressão macabra, os olhos tristes.
No ar paira amoníaco,
O Ácido corre as veias
Acelerado o coração pulsa
Num súbito impulso, pára.
As fobias renasceram,
Os demônios se ergueram do sepulcro
Corra, covarde, corra!
Mas não pode fugir de si mesmo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

(In) Amável

Não me dê a mão
Enquanto caminhamos pelo parque.
Minha face não é tão bonita
Quanto a dos heróis glorificados
Nas belas histórias de romance.
Não me fale sobre otimismo,
Se todo ele é infundado.
É culpa minha, eu sei.
As cicatrizes que a vida marcou em meu corpo
E a dor que não cessa nunca,
É tudo minha culpa.
Me corto e o sangue corre quente
Escorre pelo ralo, até que pare de sangrar.
Não me segure firme,
Mesmo que eu estremeça, no fim passa.
O fim, espero firme;
O fim no qual creio fiel.
Não me abrace e não me queira
Cansei deste desamor maldito!
Se me aprisionaram, há um motivo,
Riem de mim por não me conhecer.
Eu me conheço,
Não sei amar reflexos idiotas,
Não é pela sua piedade inútil
Que me amaliçôo com todas as palavras,
Por isso, não finja me amar,
nunca serás capaz.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Desesperança

Um espasmo no escuro
E um choro inaudível.
As entranhas putrefatas
Dos grandes sonhadores
Jogadas aos cães.
Sobre o que é seco
Tudo que nasce já está morto.
Fomos jovens,
Não mais somos.
Fomos vivos,
Nos sentimentos mais profundos
Do amor, não resta nada
Mas a depressão mais intensa
Nos tornava reais
Na solidão de nós mesmos.
Em algum tempo fomos vivos
E morremos sem perceber
que à cada dia,
à cada passo em falso
Caíamos de joelho e
Escoriamos nossas esperanças.
E a alma
Que disseram à tudo suportar
E a alma
Que sobreviveria ao pior mal,
Morre aos poucos nas noites frias,
Morre um pouco nos amores falsos,
Morre mais um pouco e mais um tanto.
E quando abrimos os olhos
E tentamos nos levantar,
Quando abrimos os olhos
Pra nos reerguer das cinzas,
Estamos sob o solo mais seco
Tentando viver dos restos
De algo que nunca foi real.



[Eu não sou hipócrita, não amo pela metade]

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Vamos falar de futuro!
Vamos almejar felicidade
Vamos lá! Sejamos otimistas
Ascenção.. Evolução..
Cadê!?
Em que ralo foi que escorreu minha fortuna?
Ah! Maldição!
Onde está a maldita sombra
Neste Sol dos infernos?

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Incerteza Incessante

Dos muros e prédios embolorados da cidade
Tudo caía, só restava ruína.
Caminhar sereno e mórbido,
Olhar fixo no chão, sem nitidez.
Os olhos brilhando de lágrimas
E os sonhos sujos de terra.
A incerteza assassina atacava.
"Sente-se aqui, garoto
Lamente o cego amor.
Sente-se e lamente, Mais uma vez".
A cabeça doía, incessantemente
O frio ardia, eterno e empretecido. (destino)
Até quando a desesperança embalaria meu sono?
Sem ação - sem reação
Parado no tempo, como quem
Ambicioso, consegue não alcançar nada.
De passos curtos e mente vazia,
Desmoronei.
"Não me abrace como quem me abrange
Não me toque como quem me sente
Não me seja como quem me ama.
Porque não me amo como te amei.
Pois não sou e não voltarei à ser"
-Sentei e chorei, incompreendido (Eterno...)


Estou longe de ti, me afastei de mim.
Nada, nada, nada, nada, nada, nada, vazio.