quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vida de Restos

O medo arromba o quarto
A dor tomando o corpo com violência.
Suas mãos tremem, o coração dispara;
Tão triste, tão vazio
Nu, no chão gelado
Tremendo, com os lábios secos;
Aja, aja, aja!
Suas percepções sem nexo,
Escoando pelos ralos da sanidade.
Como se sente garoto?
Como se sente?
Vivendo no reino das baratas,
De orações mortas,
Sustentado nesta Fé apodrecida.
O suor frio, o congela por dentro,
Sua carne se corrói,
Seu espírito consumido.
Sorria! É sua morte!
Por favor não se esconda...
A realidade resolveu aparecer;
Não aprendeu nada com esta vida mediocre!
Não ganhou nada neste mundo!
Seus troféus de merda,
O cheiro fétido
De suas milhares de derrotas,
Penetrando seus pulmões.
Fracassado, mais uma vez,
Essa luz te cega, consome,
Consome teus olhos fracos!
Deite-se, na cama de espinhos,
Filho das trevas,
Marionete do tempo,
Jogado num canto, desgraçado,
Neste seu mundo de sobras
Neste depósito de lixo.
Seu pesar é a vida -
Mas a morte não liberta!
Dançando valsa com os vermes,
Se alimentando de seus restos,
Do que eles vomitam -
As lágrimas cobrem o rosto branco,
Os seus ossos, mais nada, no chão.
Os escombros de um jovem,
Sem alma, sentimento anestesiado
Acabado, acabado!
Olha em volta; Um Anjo Morto,
A sua vida é feita de restos!
O que é que sobrou para você?
De tudo o que mais ama...
O que é que restou?


"Amarrados, esfolados
e gritando no porão
Fuzilados, ensanguentados,
vomitando o coração"

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