sexta-feira, 30 de julho de 2010

Novamente dissertando sobre o vazio

Submerjo no vazio, uma vez mais.
Ele me toma pela mão e eu afogo em seu abraço.
Uma sensação nova:
Nova, mais profunda e, com certeza, pior.
Agora eu posso sentí-lo tal como é.
Não há insanidade que tire isso de minha mente;
Impregnado em minha alma, não há amor que possa apagar.
Não sou forte o suficiente pra me enganar,
Talvez ninguém o seja.
Fuja, fuja. Mas não há pra onde!
Fique, se esconda. Mas seus olhos são melhores que os meus.
Sou incapaz. Eu me degenero, aos poucos.
Sou este vazio, não queria ser.
Nunca tive nada do que eu quis de verdade.
Tudo que chega em minha vida é mais um desejo atrasado
É mais um pesadelo que me atormenta de noite,
Enquanto tremo, me debatendo em minha cama, embora estagnado.
Quando me deito, a cama é fria.
Não há ninguém. Nem mesmo eu estou ali, é só o vazio.
Só mais um motivo inútil pro meu suicídio mental.
Deve ser só uma doença.
Mais uma doença grave.


[Sinto tanto a mesma coisa que estou me tornando repetitivo]

domingo, 25 de julho de 2010

O abismo da frustração

Seus braços me prendiam e me faziam apodrecer.
Minhas mãos se estendiam, mas você nunca me segurou firme
Você nunca esteve lá quando precisei,
Você nunca esteve comigo afinal.
Eu precisei de você mais do que precisei de qualquer pessoa.
Porque você não me olha nos olhos?
Porque você não consegue me sentir quando estou fundo do poço?
Encare a realidade. De frente.
Eu sempre encarei a vida com o punho cerrado,
Sempre apanhando, me cortando,
Você só me machucou, mas eu nunca quis seu mal.
Eu nunca quis que você sentisse dor alguma.
Você é capaz de sentir a minha dor?
Você é capaz de sentir algum medo?
Isso sou eu. Eu estou aqui agora.
Precisei de você e estou no abismo!
Como confiar em lábios que só me machucam?
Como acreditar se isso é falso?
Acabou! Era uma mentira e acabou.
Um dia eu existi pra você?
Você já pode me sentir como eu quis te sentir?
Você tentou olhar nos meus olhos?
Você se deita esperando que alguém esteja ao seu lado?
Eu te esperei, até o fim.
Eu nunca desisti de você. Eu nunca desisti da desgraça.
Me arrastei pela lama,
Quero esquecer de tudo isso..
Um dia você lembrou de mim? Um dia sequer?
Você se importou enquanto me arrancava os sentimentos?
De quando você me torturou só restou um adeus
Ele ecoou na minha mente por tempos e tempos
Mas você ainda se recorda?
Eu não queria.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Perdidos em nós mesmos

O tumor corrói os pensamentos,
A cegueira marca o passo em falso
É o fim do caminho, profundo abismo mental.
O cárcere é o pensar: túmulo dos realistas
Praga dos grandes sábios.
O ódio é chaga que carregamos calada no peito...
A sociedade é sempre o carrasco,
Não importa o quanto se rasteje
Em busca de misericórdia.
Aceitar o fim, a morte dos sonhos..
O que nos apatece mais que desparecer?
Em meio ao medo, à revolta,
Sumimos... Onde nos encontraremos,
se tudo que concluimos com perfeição
É uma armadilha que nos puxa à foice da escuridão?
Famintos pela luz, caminhamos ao nada
Como se a glória não nos ofuscasse
Tentamos nos reerguer,
Fugindo da consciência que sempre carregamos,
Acabamos enojados de nossa falta de capacidade.


[Não sei se gosto, penso em abandonar as postagens por um tempo, tá ficando ruim...]

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A praga

Os dedos anestesiados
Incapazes de tocar o frio
Do gelo onde repousam
Insetos mortos, sem expressões

Na garganta, os tempos engasgam
Finitos; jogados às traças,
Cantam medos incompreensíveis
De lábios tremulos e inseguros.

Voam, tardios, dias claros
Paisagens de calmarias
Fogem para o horizonte
Apalpando caminhos sem volta

Galhos secos de árvores
Desprendem folhas sem rumo
Traçam sons desajeitados
Compõem sinfonias de perdição

Por sobre prados tristes
Sopram ventos arrependidos
Nas curvas desconhecidas da sombra
Escondem sua vitalidade

Pássaros de asas pesadas
Cantarolam requiéns tenebrosos
Pras almas, agora fechadas,
Sinceras, mas amedrontadas

Escurraçados os ricos de espírito
Escondem-se da maldição
A praga se espalha no mundo
Até quando estarão seguros?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Os Cemitérios

As lembranças um dia serão papéis empoeirados,
pois o esquecimento é o destino das almas.
Estas seguem em marcha caminho às covas;
O cemitério corrói os corpos, mas às mantém virgens, intocáveis, sacras.
Os sepulcros, em filas, são obras de arte
Contam histórias que atormentam aos pobres de espírito.
No cemitério jazem as felicidades de outrora
E nele, morrem os que, ainda vivos, perdem à quem amavam.
Os mortos choram melancólicos a maldição hereditária
E os vivos derramam pêsames aos que se mantém de pé.
Agora é tudo sujeira à sete palmos.
Agora são todos cadáveres fedendo à clorofórmio.
As cruzes são crenças que não salvam vidas,
Os vermes nem fazem questão de agradecer o banquete, afinal.
Os túmulos são sempre paredes que não trazem proteção,
Nada pode perder aquele que já não possui a si mesmo.