domingo, 29 de abril de 2012

"O jovem garoto pisou na sala de espelhos,
Onde iria descobrir seu próprio reflexo..
Até as grandes estrelas descobrem à si mesmas nos espelhos..
Às vezes via sua própria imagem e,

Algumas outras, um estranho em seu lugar..
Até as grandes estrelas encontram suas faces nos espelhos..
Ele se apaixonou pela imagem de si mesmo,
E, de repente, a imagem havia se distorcido..
Até as grandes estrelas desaprovam à si mesmas nos espelhos..
Ele se transformou na pessoa que desejava ser,
Criou uma personalidade totalmente nova..
Até as grandes estrelas trocam-se nos espelhos..
O artista está vivendo dentro dos espelhos,
Com seus próprios ecos..
Até as grandes estrelas consertam seus rostos nos espelhos,
Até as maiores estrelas vivem suas vidas nos espelhos..."
Kraftwerk


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Vício e Tortura


Vício e tortura,
e a vida cortando nossos
cordões umbilicais.
O Vício pela derrota,
Pelas pequenas desilusões,
Pelas perdas consecultivas
Que nos desmoronam aos poucos.
A garganta presa,
Nossas emoções sufocadas,
Nos campos de concentração da alma;
Nos tormamos inférteis;
Nossos desejos inócuos..
A negação de todos eles
Nos torna completos idiotas,
Ao sabor das costas ensanguentadas
E o som dos chicotes à nos amaldiçoar.
Vício e tortura,
Alimento para todos os homens,
Soldados e Civis.
E quando as bocas, fedendo a enxofre,
Cal e desgosto finalmente se fecharem
Após um último e fútil suspiro,
O que há de restar são só eles
De mãos dadas, dançando na sala de estar.



"Pulo os muros do meu campo de concentração
Sem olhar para trás
Teu Nazismo voluntário é a perdição
Faz meu corpo perecer
Teus olhares de censura trazem a tona
O pior de mim
Mas eu quero que você me ouça bem
FODA-SE!"

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Solidão e Sal

As velas estendidas,
Velam os olhos inúteis.
Um cego, delirante
Tentando dançar algo peculiar
Mas como fazê-lo, sem luz?
As ondas tombam-nos.
As ondas zombam-nos.
São seus risos que ecoam na noite,
À beira da praia,
E nossos corpos exaustos nadaram em vão,
Tentando fugir de ficar no passado.
Tomo a alma que um dia havia aqui dentro
Faço à escorrer pelos braços,
O que é que sinto? Nada.
Barcos à deriva, somos nós dois,
Barcos à deriva..
E tendo à naufragar
Nesses mares de solidão e distância.
Solidão e Sal, tudo que resta.
Solidão e Sal, São rumo e são Deus.
E tendo a naufragar
Braços, alma e olhos inúteis.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Alguma Outra Coisa

Seria outra coisa
Mesmo que as pessoas cruzassem através
De paredes de gelo, aço e de ódio.
Seria outra coisa se, Apesar de todos
Os lamaçais e cobras nascidos do útero
Puro e sombrio das decepções
Você me pedisse pra ficar por alguns minutos.
Sinto tanto, sinto muito.
Deixe que me toquem, eu não ligo.
Que quebrem espelhos por mil anos de azar;
Deixe que ateiem fogo à pele e
Perderemos controle sobre a dor de anoitecermos.
Nós ou Eu. Sem bocas. Sem olhos.
Cem olhos de solidão e fome
à se alimentar de meus intestinos.
E seria outra coisa,
Se, mesmo em leito de morte,
Pronto p'ra toda e qualquer tortura,
Tuas pedras rompessem as janelas de meu quarto.

"And i need all the love that i can get to"

domingo, 15 de abril de 2012

Despedaçado

Em pé, frente à meu corpo
Eu e ele; Despedaçados.
À ensurdecer, devido àqueles
Absurdos hinos suicidas;
Salvando as veias com um canivete,
Libertando do pulsar, da dor de respirar.
Gritaria, com lábios em sangue e
Me afogando em meu próprio vômito;
Existe forma mais sincera
De expressar meu amor por ti?
Mesmo assim, não entenderiam,
Por ver através de olhos nublados.
Estou infeliz,
Não vai importar o quanto tente mudar isso.
Estamos todos infelizes,
Fingimos, planejando nos enforcar em paz.
Os medos permeando a noite,
Repressão em olhos maternos,
As víceras à queimar, martirizar,
Disso se preenche a vida
E vamos nos inflando, até estourar.
E disso vamos nos alimentando,
Até que os pulmões murchem,
Clamando por ar puro.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Nos Olhos e Lábios da Noite

Feche os olhos e deite-se
Como se a noite corroesse
As entranhas de seus filhos,
À traçar tortuosos trilhos.

Aquela garota está perdida,
Enormes pedras em sua estrada
À cegar ambas as vistas,
Sangrar as pernas, tão cansadas.

Feche esta janela
E vamos descansar, distantes,
Vamos descansar distantes.

Quanto à desejos esquecidos
As teias de aranha a cobrí-los.
E quanto aos sonhos esguios
As teias à perseguí-los.

A garota então, me abraça
De tez morta me veste.
Deixar-me-a ao fim do dia,
Disseminando em mim a peste.

Morrerá quando a noite cair
E me afogar em cuspe e sangue
Morrerá quando a noite cair
Me afogar em cuspe e sangue...