sexta-feira, 27 de julho de 2012

Sempre ao meu Lado

A angústia ao meu lado,
Presas e garras na garganta;
Esculpindo dores e
O torpor dos dias.
Torrentes de lama
E sangue nas línguas
De profetas que se arrastam
Como serpentes malígnas
Escoam como escombros de mim mesmo,
Dentro de ti e também em teu nome.
Teu hálito há de me arruinar..
Estraçalhar! E tuas gargalhadas,
Ecoarão pelas ocas catedrais
De corvos à espreitar almejando
Os negros olhos daquelas garotas,
E a paralisia inerente aos gárgolas;
Insensatos, falsos poetas..
Anjos de asas de pedra e sem tronco;
Santos secos e sem ânsia...
Agonia e arrepios em seus fêmurs
À enudecer o credor falso dos homens,
À dissecar as fibras e sonhos;
Sonhos de pó, do mais deplorável pó..
De ódio! De mentiras e de sombras..
Meus sonhos.. E só meus.
Tortos por sua natureza,
De carregar em ombros frágeis
À coisa em si de toda a tormenta.
Sonhos de angústia,
Sempre ao meu lado.

"In this shadowplay acting like your own death,
Knowing no more.."

terça-feira, 3 de julho de 2012

Derrotas

Me punam aqueles anjos,
Como a amanhecer febrio na cama
E eu os culparei por minha miséria.
Apunhalaram-me outros amigos,
E me roubaram as ânsias;
Sou só o que restou;
Compondo a mais horrenda das artes,
Onde viver é conduzir a existência através
De dores, arrependimento e neblina.
No aço reluziriam aqueles fins,
Como um sorriso torto, sarcástico
De um amor não correspondido,
Pálido e incurável.
E, como numa troca justa,
Cortejaríamos com ódio outras garotas
De malícia em olhos escuros,
Onde dançam alegorias nuas.
Conquistaríamos suas confianças,
Mas as perderíamos em meio à noite.
Fortes, porém piores que nós,
Aqueles que nos derrotam
Em trapaças baratas de mesas sujas
Estariam rindo como nunca antes.
E nós estariamos num canto do quarto,
Com um cigarro à queimar, sem tragar,
E mordendo os lábios até amputar.

"Malditos olhos daqueles anjos
Malditos olhos..."

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Estou alcoolizado e Pau no seu cu através desse texto que nunca vai ser uma poesia do Caio F. Abreu

Sejamos nós aqueles filhos
Viciados em ópio
Em derrotas concretas
Como os narizes quebrados em brigas.
Situação deplorável
As prostituas enforcadas
Com moedas de mais valor, nos olhos
que as dos nossos bolsos
E aquelas garotas;
Puras e soberbas
A nos humilhar e pisar nas feridas.
Haha! Poderíamos nos vangloriar
de passados de bebidas infinitas
E de histórias de irmãos gêmeos,
Mas no fim da noite
Estariamos sozinhos e vomitando sangue,
E então descobririamos quem somos:
Não tão belos quanto atores,
Não tão gloriosos e nem ricos;
Devendo nos bares de amigos,
Absinto e veneno descendo a garganta
E esganados pelo amor que ostentamos
Por prostitutas agora mortas.
Que grande merda sem fim.