segunda-feira, 30 de maio de 2011

Deuses de Fumaça, Ódio e Ilusão

Iludia-se,
Fraco e miserável.
Uma xicára de chá
(Ou cocaína pra esquentar os ânimos).
O vento soprava forte
Contra a face dos verdadeiros sofredores
Desconhecedores do que é brisa amena.
Estava estasiado,
Algo prendia a atenção
De suas vistas exaustas.
A bebida já fazia efeito
A verdade haveria de rasgar os céus
Em alguns minutos
(Sua visão turvaria como um profeta
Que anuncia o fim dos sentidos)
Lá fora, faces sem vida abriam os olhos
Por dentro, súlfur queimando.
Sonhos esquizofrênicos deturpavam a mente,
Remédios caros para alimentar os fetos
E nicotina pra satisfazer a alma.
Os deuses de fumaça lhe faziam cócegas
O pagamento em rituais de auto-flagelo.
Toda a sua raiva alimentada pela vida
E o destino e o asfalto.
As sociedades de ferro e aço
Se alimentavam de seus orgãos.
Pâncreas, rim e coração
Na mesa de cirurgia da crueldade!
Por isso, iludia-se
No seu berço de fumaça e ódio
Deitava-se na noite
Esperando que alguém viesse embalar seu sono.
Sabia que as esperanças haviam de morrer uma hora,
Só não estava preparado, ainda.

"A angústia e o medo ainda persistem
Os homens nunca esquecem suas flores mortas"

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"Bouquets são flores mortas num lindo arranjo"

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