quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Em Setembro

Ontem se foi um grande, muito grande ídolo.
"Os homens podem ser calados, mas não as ideologias"
E a mensagem se espalhará por tempos e tempos.
Em setembro, como previa, o Fim chegou para Edson Pozzi.
Grande, talvez o maior de todos!

Paz, provavelmente sua palavra favorita, é a que deve reger as nossas vidas;
E que ela o tome no colo.
Paz, querido, paz!

Tristeza toma o meu coração.
Sem mais palavras, meu Adeus.


O punk está morto.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O Diálogo dos Empregados

Desculpe-me, velho senhor
Por não poder conversar,
Mesmo que com ardor
Insistas em discordar

Daqueles meus argumentos
Dignos de risos infantis,
E meus mesquinhos tormentos
Criadores de uma arte infeliz

Antes me apetecia chorar,
Amar foi de meu agrado;
Mas todos têm que trabalhar,
Sentir é arte de desempregado

Mas antes que vá, senhor,
Te falo com toda certeza:
De todos sentimentos, a dor,
É o que vê com maior clareza

Vê só como amava os cães!
Vê só como sabia sorrir!
Agora clamo por mães
Tais quais jamais conheci

A arte, da tristeza brota,
Como um grito desesperado;
A existência em si, é derrota
Aceito-a assim, de bom grado.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Nos Braços da Queda e da Despedida

Por favor, garota, me segure
Quando em queda livre me veres;
Não sou livre nem para que caia,
Pois não mereço que o chão me atinja.
Braços firmes para a despedida,
Braços firmes e laços fracos, garota.
Amigos mortos, ou apenas em potencial,
Essas coisas que não importam quando nos sentimos só.
Não sei falar de amor, mas, juro:
A queda é gloriosa arte!
Aos anjos não mais apetece; Me importo, juro!
Por isso são anjos, dirias -
Ou só por terem asas mais fortes que as minhas.
Mas garota se olhares firme em meus olhos
(Ainda que fosses capaz de ver através deles)
Nada poderás ver, se não minha alma tosca...
Mas não hoje, pela tarde, ao som daqueles antigos vinis,
Mas não hoje, enquanto saboreio meu café;
Não falemos mais de corações impuros!
Vamos agora cantarolar a vitória dos gloriosos;
Cala-te! Esqueça os pobres de espírito como eu,
Vamos celebrar a vida e mendigar por um mísero cigarro em mãos;
Uma derrota na vida já me basta e,
essa conversa mole, por vezes adoece até os mais fortes.
Não sou forte, isto me recorda, mas
Talvez você, com tua gloriosa imagem, o seja.
Você com tua imagem e corpo tão firmes,
E teus braços, teus braços nos meus como naquelas outras noites.
Que noites; De frio tão mais belo que este de queda livre...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Lama

Tentativas de se levantar da lama.
As cores, com a vida derretem
e as aranhas sobem a pele
Tecendo a insanidade; cravando no sangue
As memórias dos sonhos mortos.
vidas inúteis e sem sentido que nós temos:
Ver os desejos e amores
Escorrerem pelo ralo com a sujeira
E não poder fazer nada.
Se um dia fomos enganados
Como podemos acreditar novamente?
Se um dia fomos enganados,
Nada mais resta, apenas este pesadelo.


[Postado no começo de 2009, creio, modifiquei muito pouco. Achei e gostei dele]

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nos Olhos do Garoto Morto

Contempla a Solidão com olhar sempre triste;
Por trás dos campos da vida, nasce uma noite de morte,
Isto é tudo que o garoto agora enxerga.
Sentado ao lado de cães e criaturas vis,
Mastiga o alimento de aspecto funesto,
Tentando saborear algum gosto em estar frente à frente com a angústia.
Tais visões do inferno, tais paladares tão horrendos
E agora esta Areia cortando as pálpebras...
Ó, Garoto! Queres mesmo acordar?
Lágrimas para o fogo que habitava os olhos,
Seres malditos à salgar sua alma descrente
Em um dia em que haverá uma razão para erguer a cabeça.
Contempla os sonhos como cadáveres nunca vivos,
Estiveram um dia tão frios quanto hoje?
Houveram dias ainda mais tristes que estes em que vive?
Deus sequer criou ser tão vazio quanto!
Sequer nasceram epocas de lábios tão secos e rachados!
E que rissem da criação de Deus, e sangrassem por existir tão humanos.
E nem vento vem soprar a poeira nos vãos dos ossos;
Nem tempestade limpar o sangue dos dentes;
Dos olhos alertas para ameaçadoras quimeras.
Quimera de ti é tu mesmo, garoto! Antes tua matéria putreface,
E caissem ao chão seus dedos duros se contorcendo!
Ó, olha só! Se foi aquele garoto...
Teias de aranha agora cobrem seu espírito inabitável,
E de cima das covas, mães cegas ainda gritam, aos prantos
Ó! Garoto Morto! Volta à Sorrir!
Ó! Garoto Morto! Volta à Andar!
Ó! Garoto Morto....

sábado, 10 de setembro de 2011

A Queda [Fall]



Vindo do Sul, chega inverno
Frio intenso e nada terno
Mas a copa em pé se faz

Enfim outra primavera,
Frutos e Flores a mãe gera
À ela, o verde satisfaz

Um verão em labaredas
Sua queda inda planeja,
Seu calor é incapaz

Vem outono outra vez,
Queda de antigos reis
Com seu laranja mordaz

E a árvore não resiste,
Deixa que ele à conquiste
No laranja encontra a paz.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Outono [Autumn]



Quando o forte outono cobrir
Fiel em suas emoções
Com manto laranja os campos seus

Uma árvore há de resistir
Imune à queda de estações
Como a ascenção de um calmo Deus

Suas raízes hão de Nutrir
O frio inverno à ruir;
Sol algum e seca terra

Seu tronco ansiando firme
Que o estio sem fim termine
Fará nascer a primavera

O verão que no tempo ruma
Não trará as folhas cor alguma
Por ante a reforma se prostrar

Animais tolos não entenderão
Novos galhos se estenderão
No fim; seu verde há de reinar.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

À um Coração Divino

Não posso dizer que te amo
Sou anjo de amor abjeto
Como aqueles demônios nefastos
Em seus ritos de desafeto

Tu és minha Deusa sublime
Tua existência ao mundo enobrece
Traindo-te firo à mim
Minh'alma é que padece

A dor mais forte inspira,
O amor mais forte; mata.
A paixão mais forte é um elo
A traição, sem dó, o desata

Rogo à ti, minha Deusa
Por teu amor altruísta
Meu coração, apesar de mesquinho
Será sempre monoteísta

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Coração de Granizo

Chuva de granizo caindo cedo, olho para o horizonte,
Onde jás sua casa coberta de nuvens cinzas, quiçá fumaça.
Sento-me ao chão para sentí-la.
Quero sentí-la caindo em meu corpo, pois a amo.
Sou humano... E como é ser imperfeito?
Ser você por completo, quando se é
Um verme que trai os próprios sentimentos.
Que se alimenta do cadáver de sua amada e, por culpa,
Esmaga seus orgãos vitais?
Culpa é o cárcere de nosso próprio pecado,
Quando não conseguimos nos olhar na cara,
Tamanha quantia de pus que nos escorre dos olhos em frente ao espelho.
Ter instintos; Como um cão que cheira o próprio ânus.
Ter a tez quente e o coração frio.
E assim é que me sinto. Traidor de meus sentimentos.
Amo sem gesticular. Ajo até como quem odeia.
Mas não imploro por perdão, pois sei que seria injusto.
Não mereço nada que venha como um sublime abraço teu.
Imploro por punição,
Pois odeio-me e não consigo pisar em minha própria cabeça.