segunda-feira, 31 de agosto de 2009

(In) Sanidade - Capítulo IX

Alguns pensamentos eram de morte de pessoas que ele queria, depois sua imaginação ia além, mas as cenas e o sangue não se libertavam: Os fantasmas, mesmos pesadelos de quando criança.
Tinha medo de olhar pros lados, desconfiava de todos e tornou-se agressivo.. Aos poucos a desolação é o que lhe restara, caído no chão, orando aquela antiga prece por piedade.
Seu maior desejo, era o de todos os medíocres: dormir e não acordar, a morte indolor e impensada, apenas como um ponto minúsculo que some no espaço.
Uma morte medíocre para os falsos justos.
Mas a cada dia que passava era como bater a cabeça contra a parede mais uma vez e a mente sucumbia no terror, por não compreender nada do que acontecia.

domingo, 30 de agosto de 2009

(In) Sanidade - Capítulo VIII

Porém, além de tudo que havia mudado em sua vida, além dos novos sonhos e chances, não era de se esperar que seus tormentos deixassem de existir.
Agora um homem feito, começaria a sofrer daquilo que o próprio mundo o deixara a marca de infância:
A incompreensão agora criava monstros imaginários e terrores mentais.
Começava com movimentos repetitivos, depois crescia para um grande tormento, os sons que o incomodavam quando estava em seu quarto escuro, agora outros que não os gritos de seu pai.
Haviam ainda os demônios que saiam do seu armário gritando coisas incompreensíveis.. tudo era muito real.
Acordava mas não podia se mover, com medo suava frio e chorava sem razão pelos cantos.
A palidez tomava a face e a angústia o peito, o inferno que só se vive em vida.

sábado, 29 de agosto de 2009

(In) Sanidade - Capítulo VII

Bom, sua "evolução", a qual ele mesmo relatou como "a vinda sem volta para a superfície sufocante", foi algo um tanto quanto triste. Nos últimos pensamentos relatados, havia algo como "Talvez todo jovem necessite de crescer, mas maior evolução seria saber voltar". Com a sanidade lhe veio também o tédio. o tédio, os problemas e a necessidade por crescer cada vez mais.
A ambição era algo visível em seu olhar, tinha ânsia por ser, mas principalmente ansiava ter.
Era agora um completo adulto. Tinha uma visão âmpla do mundo, porém tinha estreita vista do seu ser verdadeiro do qual tivera que abdicar.
E assim se seguiu a vida: um caminhar eterno a morte.. O acúmulo como a maior chaga, marcada pelos aprendizados pós-sofrimento.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

(In) Sanidade - Capítulo VI

O que fazer quando não se pode chamar por sua mãe ou correr para debaixo da cama? Não haveria solução cabível a tal problema inexplicável.
Talvez a razão pertencesse a todos os outros e ele fosse realmente louco - A verdade é o que mais assombra.
Muitas fobias, muitas incógnitas e os pesadelos, nada nunca faria sentido em sua vida.
E como o velho discurso corriqueiro dos outros para com ele: "Você nunca vai crescer garoto" "Você não é nada! nada!"
Mas se havia um medo que não dominava sua mente, era o medo de "não ser nada", ele sabia que as pessoas só consideravam aqueles que tivessem dinheiro e poder e sempre pensava "Eu não quero mesmo crescer"
Mas todo mundo cresce um dia e os ideais são como folhas que caem de estação para estação, até que nasçam novas e as antigas se percam no tempo.
E assim foi: O garoto cresceu e se perdeu no que todos chamavam de sanidade.
Triste, seu eu jovem não estaria muito orgulhoso do que ele havia se tornado, porém uma coisa é certa: Ele nunca mais seria jovem novamente.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

(In) Sanidade - Capítulo V

Acordou assustado no meio da noite: mais um pesadelo dos mais estranhos o possível. Acordou mas não podia se mover, sentiu o inferno se aproximar, entrar em su'alma e arder em sua essência.
Estarreceu os olhos e levantou a cabeça, suando frio, como nunca. A cabeça doía mais e mais.
Apenas outro de uma série de pesadelos que o atormentavam nos últimos dias. "Onde está a paz de espírito e o sono dos justos?"
Bom, no pesadelo via sempre coisas que não faziam sentido, porém despertavam o temor. Em meio a escuridão faces embaçadas, sangue, espelhos e risos. Nada se encaixava.
Era a visão de tudo e nada, aquilo que remete ao medo interior: O Desconhecido

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

(In) Sanidade - Capítulo IV

Sentando-se em sua cama ficou apenas sorrindo e passando a mão pela ferida. Apreciando ainda o sabor das ultimas gotas do sangue que lavavam a boca, fitava as paredes, sem dizer nada.
Apenas pensava, como era a rotina, a qual definia diferente das outras pessoas. E então chegava a várias conclusões e a objetivos inalcansáveis e por mais que soubesse que eram inalcansáveis, era o prazer que o fazia completo. Tinha prazer em iludir-se por mais que tivesse consciência disto.
Colocou algumas músicas para que pudesse dormir na paz.
Em meio a algum trecho sobre morte ou solidão, adormeceu.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sobre Probabilidades

Eu sei, eu sei..
Quer dizer eu sabia..
Não! melhor! Eu saberia..
Talvez.. Eu acho..
Ah! Quem sabe né?

(In) Sanidade - Capítulo III

Entrando no quarto, ainda escuro, sentou-se ouvindo apenas os ruídos de brigas que se seguiam no quarto ao lado. Antes que pudesse fazer qualquer gesto, seus pais invadiram o quarto, já gritando, como uma faca que entrava em seus ouvidos.
Porém levantando-se disse bem baixo, como se não fosse seu desejo que eles o ouvissem:
"Vocês não se cansam? Não se cansam de ser macacos? Quando é que vocês vão aceitar a vida?"
E seu pai continuou o caos ensurdecedor: "Olhe aqui, garotinho, não tente ser melhor que nós, ok? Nós vivemos tudo que há pra viver e nós somos a voz da verdade."
"Quando sua verdade vocifera, tentando se impor a minha, a minha farsa me acolhe em seu seio."
Seguiu-se o golpe contra sua face e o amargor do sangue na boca.
Sem perdões ou razões, apenas a respiração ofegante - O garoto sorriu.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

(In) Sanidade - Capítulo II

Haha! Solução - Riu sem motivos, com cara de bobo - Eu sei muito bem qual é a solução! - Conversando solitariamente, riu novamente.
E olhando pra cima, gritou - Eu sei a Solução! Eu sei de tudo! Posso desaparecer agora?.
Todos passavam ao seu redor, Porém nenhum outro comentaria sua idiotisse, ou estranheza, diante das situações, apenas continuavam suas vidas medíocres, nada além daquele garoto, perdido no mundo e por hora perdido em de si mesmo.
Então ele tornou a vista aos passos, d'onde já era costumeiro e pensou consigo mesmo:
"Ou talvez eu já tenha desaparecido a muito tempo."
Entrou em sua casa sorrindo, disfarçando e com a mente cheia de coisas inúteis, das quais não iria recordar-se dentro de dez ou vinte minutos.

domingo, 23 de agosto de 2009

(In) Sanidade , Capítulo I

E no olhar do velho, já se via que não pensava em boa coisa.
O garoto estremeceu, marcando a mesa com as unhas - Qual arrepio agonizante - E balbuciou as palavras:
"Tens de ver que não é doença, senhor, eu estou além.."
E o velho senhor, balançando a cabeça de um lado a outro concluiu secamente, pra sua decepção, a qual já havia antevido:
"Não é bem assim garoto.. Não importa quão melhor você seja.. Este é o mundo real e aqui, garoto, aprenda de uma vez por todas, de nada adianta ser melhor, se você é diferente, é problema.. Eles não te querem la fora.."
Tais palavras pareciam corroer o peito..
Ele sabia que o problema era ser.. Mas qual sua culpa diante disto tudo?
A insanidade vinha corroendo os pensamentos e a dor o atormentava de forma realmente incômoda.
Virando-se foi se retirando, sem dizer mais nada, porém as lágrimas lavavam-lhe o rosto - culpava sua incompreensão.
Passos incertos se seguiram até sair daquele estreito corredor.
Se antes acreditava que tudo fazia sentido e tudo estava encaixado em um plano maior, agora quizera acreditar que nada fazia sentido, um dar de ombros a tudo que o mundo lhe oferecera parecia solução prática e rápida. Como? Não sabia.
Por enquanto tudo que via era o mundo dar-lhe as costas. Morava ai sua angústia, pensar num mundo complicado, onde pessoas só apontariam-lhe os defeitos, rindo de sua incompetência.



Eu já postei isso, mas vou postar o conto inteiro, à partir daqui

sábado, 22 de agosto de 2009

Alienação

O povo está estagnado
Acostumou a ser alienado
Todo mundo hoje é igual;

A mesma roupa, o mesmo cabelo,
O mesmo olhar com medo,
Pois a Violência é banal.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Os amigos e a Felicidade

Assim acontece quando não há falsidade,
Lembro-me do abraço mais doce, como a nostalgia
Que tanto me agrada nas tardes tristes de lembranças vagas.
Mas o sangue que escorre do peito, dos cortes,
Abafa o sorriso do rosto, que lamenta incompreendimento.
Palavras caladas duma amizade falsa, na qual nem me recordo
Desde quando não vejo florescer o desejo.
Verdade de favores mal cobrados.
No fim não se conhece ninguém,
Mas quero ver-te sorrir, mesmo que longe daqui.
- Cicatrizes e sangue, marcando o desconhecer.
Achei albuns e mais albuns de bandas revoltadas dos anos 70 até o começo dos 90.
A revolta me engole cada dia mais.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Take my hand, let's Watch the Storm

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pensamentos Soltos II, Solidão

Consciente que é somente
A solidão que me completa
Quando espero inutilmente
Com a porta sempre aberta

Sabendo que não encontrarei
O amor que tanto almejo
E que no fundo morrerei
Como aquele antigo desejo

De dormir e não acordar
pr'esta vida plena de misérias
Sentir as antigas dores voltarem a cortar
E acreditar que foram só quiméras
que foram só Quiméras

Sentir sonhos escorrerem
Por entre meus dedos
E esperanças padecerem
Perante meus medos
Temer o descobrimento
De todos os segredos
Por saber que este sofrimento
Não acaba tão cedo

domingo, 16 de agosto de 2009

Pensamentos Soltos, Insônia

Se eu vi carros passarem
Pelas ruas quase desertas
De um noite-a-noite de insônia
E com a porta semi-aberta

Esperando o mesmo futuro
De um talvez, todo incerto
Deitado no meu quarto escuro
Com minhas angústias sempre por perto

Vi sonhos escorrerem
Por entre meus dedos
Vi lembranças padecerem
Perante meus medos
Temer o descobrimento
De todos os segredos
Por saber que este sofrimento
Não acaba tão cedo

Se eu pensei em ilusões
Sentimentos tristes e sombrios
Caminhar em meio a orações
Caminhos sempre tão vazios

De esperar que tudo aconteça
Baseado em certa boa sorte
Mesmo que o odor sempre pareça
Aquele mesmo cheiro de morte

Vi sonhos escorrerem
Por entre meus dedos
Vi lembranças padecerem
Perante meus medos
Temer o descobrimento
De todos os segredos
Por saber que este sofrimento
Não acaba tão cedo.

sábado, 15 de agosto de 2009

O Fundo do Poço

Você já parou para amar seus sonhos e um mundo de cores e sorrisos?
A vida usou de toda uma artimanha pra me jogar no fundo do poço e dizer:
"É ai que você deve ficar, desgraçado. Você que se vangloriou de vitórias e belezas por longos anos, agora deve sentir o inferno na pele"
E eu vivi com a cabeça erguida.
Só mentira, mentira e mentira.
E eu conheci pessoas que não ligavam a mínima.
As derrotas são muito mais frequentes que as vitórias, elas diziam,
Mas o egoísmo te levará ao topo.
Eu não acredito nisto e ainda tenho um pouco dos belos sentimentos no peito.
Por fim, não acredito em nada e isto é minha maldição.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Watch out! The world's behind you!


Velvet underground - Sunday Morning

Covardia

Imergir na dor, um hino de morte.
O medo do inimigo, Covarde ao chão.
O escuro é o refúgio, Nada de heroismos.
Desculpas pelos desamores, No fim de tudo.
Vida de misérias.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A Instituição da Exploração do Homem

Este autoritarismo
Que nos leva pro abismo
Enganar os seus pobres
Enxer seus bolsos e seus cofres

Um símbolo, tal cruz
Uma esperança, uma luz
Pecado não entender
Não questionar pra aprender

Um Deus que mata
Um fiél que morre (Sempre de fome)
O homem que desmata
A vida que escorre
Por entre vãos
Dos dedos marcados
Os calos nas mãos
Dos escravizados

Crucificados, queimados
Heréges falsificados
Uma Doutrina que nos cega
Que nos mata e que nos nega

E com todos tapados
E facilmente enganados
Pagando o dízimo dobrado
Sempre, sempre calados

Um Deus que mata
Um fiél que morre (De fome!)
O homem que desmata
A vida que escorre
Por entre vãos
Dos dedos marcados
Os calos nas mãos
Dos escravizados

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A honestidade

A alegria do cego
é não ver os roubos
a alegria do surdo
é não ouvir as mentiras
mais a maior alegria
é de quem vê os roubos
ouve as mentiras
mas não rouba nem mente.


18/09/2005 (Achei um caderno de velharias)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Protesto e a Repressão

O choque das batidas,
Talvez os sons ardentes e os ácidos insultos;
Eu - Em meio a multidão, os gritos e os ataques.
Golpes covardes a poucos que perduravam na revolta
E uma causa justa que leva os justos ao chão:
Façam a revolução.
Um grito de paz onde os protestantes morrem violentamente
O sangue no chão, a dor no corpo e o orgulho no peito.
Sem bandeira nacional, sem bandeira de governo:
A nossa bandeira é de União, União de raças, crenças e classes.
E você de proteção e porrete, quando estiver sem farda
A que multidão vai se unir?
Porque não é pela sua mão que o protesto vai parar,
O protesto pára quando a injustiça acaba.

domingo, 9 de agosto de 2009

Memórias

Do que são constituidas as lembranças?
O que é a verdade se não o que sua mente faz dela?
E por fim, nós todos já tivemos momentos e fases ruins na vida..
Só não me recordo das minhas boas.

Descivilização

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sonhos Perdidos

Na dor e no sangue, os braços amputados,
Tornozelos sangrando, se arrastando pelo chão;
Nos sonhos perdidos, de podres, julgados,
No canto de um quarto, dor maior da solidão.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Circunstâncias e Ações

Inconstância de pensamento;
Gestos inegáveis;
Palavras irremediáveis;
pseudo-conceitos;
Dor involumável;
Falso Perdão;
Consciência limpa.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A felicidade só é real quando compartilhada

Épocas em que só tinhamos a rir
E memórias a não serem descartadas
E eu neste tempo almejo fugir
Desta minha própria vida encarnada

Mas este pesar em d'um mundo sair
Que me prega a esta vida mal amada
É que me faz cada dia me imergir
Em felicidade nunca então partilhada

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Você tenta reerguer o seu mundinho e de repente a bosta toda vai abaixo.

O meu ser; Realidade

Critico tudo e penso:
Que se foda o fim do mundo,
mas eu queria mesmo dizer é:
Que se foda o resto da humanidade
Mas não consigo, não consigo...
E muitas outras coisas sempre acontecem,
da mesma forma, da mesma forma estranha,
Eu acho tudo isto muito normal.
Nada que me cause certo espanto...
e as pessoas acham normal.
Eu queria mesmo que fosse real
e queria que fosse mentira também.


Isto é a insanidade, mas poderia ser o inferno.
poderia ser o paraíso também, Mas parece algo mais concreto.

domingo, 2 de agosto de 2009

Um novo Dia, Um novo Ser

Um dia você acorda e está diferente,
O mundo está diferente.
Um dia você acorda com prazer em acordar mais um dia,
E nenhuma mágoa.
Um dia você acorda sorrindo e crescido,
Como se você fosse outro.
Devéras responsável, pelo menos mais importante.
Um dia você acorda e o mundo muda,
Você aprende a respeitar e interpretar o mesmo.
você tem uma direção, um caminho.
A partir deste dia, ninguém vai sentir o que você sente,
Você não será um a mais na soma, você será AQUELE a mais.
E você vai encontrar uma razão.
Você vai acordar você mesmo.

sábado, 1 de agosto de 2009

Sobre a Insanidade III

Se eu conseguisse raciocinar.
Se eu conseguisse me prender a algo que eu fingira ser.
Agora SOU, sou e demonstro, aquilo que sempre está aqui,
mas guardo embaixo da cama
E as luzes que dançam,
A fumaça que colore o céu,
E a luz que brilha no fundo
Amores e desamores a tona
E sentimentos exagerados.
Tudo muito incoerente
Incoerência é a palavra.