terça-feira, 8 de outubro de 2013

Outubro de 2013

-Volto para casa certo de que vi teu rosto.
A cidade chora à medida que a deixo.
Se conhecesse todos teus nomes e faces
Gritaria por ti pelas janelas das casas,
Com pedras prontas para romper as vidraças de teu quarto
Desesperadas, em ânsia por conhecer teu corpo.
Mas como são longos e dolorosos os minutos
Quando se aguarda, em vigília solitária!
A cidade morre enquanto aguardo,
E a noite é escura para os cidadãos;
Nenhum deles atenderá o frio que bate a porta,
Com medo, estarão num canto, agachados,
Zelando por seus filhos,
Para que a mão macabra que os invade
Vá embora sem os levar a alma.
A cidade escurece à medida que parto.
A insegurança é o diabo à me fazer cócegas,
Tremo, rondando um prédio antigo,
Esperando que a fumaça que irrita meus olhos se dissipe,
Para poder dizer que quero minhas mãos frias à incomodar teu rosto.
Quando a noite cessa, o silêncio é tudo..
A cidade se acalma; dorme tranquila.
Meu coração está quieto,
Meus amores, longe, descansados,
É hora de voltar para casa.