quinta-feira, 16 de setembro de 2010

As Formas Simples de Felicidade

Foi preciso muito torpor para peceber o quão perecível a vida é.
Observava o Sol enquanto morria por detrás das montanhas,
Cada sensação só pode ser vivida uma única vez.
Foram muitos passos até que meus pés confiassem no chão em que tocam,
Por vezes tive medo, fui inseguro. Agora acredito.
Tudo que sei e sinto, hoje posso compreender com clareza
O caos as vezes se descobre escondido em contornos pacíficos.
Muito embora a vida por vezes seja incompreensível,
Do mundo lá fora, faço-me aquilo que sou.
Tudo se encaixa dentro de minha mente,
Só aquilo em que acredito é real.
Só aquele em quem creio é realmente leal.
Só a utopia que vislumbro é bela.

Costruo sonhos firmes.
Perco grandes esperanças.
Só no Hoje sei viver.
O que realmente vale a pena?
Isso vale.



[Sobre insanidade e não ter medo de viver]

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A verdade e a mediocridade

Não adianta tentar mudar.
Nossos caminhos são vazios
No fim, apenas o precipício nos resta.
Fazemos tudo em vão
Nos sustentamos em busca de nada
Nos iludimos, furamos nossos olhos.
Fingimos ser grandes
Vangloriamo-nos por merda alguma
E nos sentimos derrotados, no fim.
Fingimos pra nós mesmos que somos grandes
Embora, nosso maior medo
É de aceitarmos a verdade.
Vivemos de alimentar mentiras
Não conseguimos dormir de noite
Pois ainda nos resta a consciência
(E esta nos apedreja sempre que possível)
Fugimos pra debaixo da cama, com medo.
Sozinhos, tremendo, temos um medo insuportável.
Cada um de nós!
Mas nós ainda sabemos fingir.
Escondemos o medo atrás de máscaras
Máscaras de sorrisos carnavalescos
Fantasias de dias ensolarados
Escondemos nosso ser.
Estamos no fundo do poço!
Estamos afogados, isolados no mundo
Nós queremos ser iguais,
Mas não somos.
Porque, de noite, sozinhos
Rolamos de um lado pro outro da cama
Pensando na próxima mentira que contaremos
Pra fingir que não somos derrotados.
Pra não aceitar a verdadeira realidade...
Não somos nada.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sobre imperfeição, solidão e noites chuvosas

Soturna, a treva cai impiedosa.
Lá fora os cadáveres apodrecem.
Deuses tenebrosos desacreditam de atrocidades comuns
Os Deuses mais sarcásticos zombam da desgraça alheia
As feras vagam pelas ruas manchadas de sangue à procura de alimento,
O odor de morte se espalha; causa ânsias de vômito.
Lá fora a chuva cai.
Aqui, O oxigênio queima, adentrando, frio, as narinas;
Desaprendi a estar tão em mim.
Essa solidão noturna...
Chega sorrateira, por baixo da porta,
Canta uma melodia que embala minha insônia
E não se vai até que um novo dia se perca no tempo.
A alma presa ao perecível,
Cega, perdida, cansada.
As sementes do ódio foram plantadas
Uma doença degenerativa; Uma praga incurável.
O espírito paga em vida o inferno que vivo
Pecados cravados, para sempre, na pele.
Imperfeição, é tudo que resta.
As esperanças de uma nova vida me foram arrancadas
Cortados pelas raízes, jazem meus sonhos, jogados ás traças
Até quando poderei me arrastar?



[Eu ia parar, mas de repente me deu vontade de postar dois textos que, de certa forma, se completam.
Não sei se vai ser possível entender e sentir isso à primeira instância (ou é estância?)
Tenho me sentido bem e mal, um certo tipo de bipolaridade.
Aquela coisa que se sente quando se está em casa. Mas não se está em seu lar.
E quando sua companhia não é uma amizade.]

No chão

O cadáver foi encontrado no canto do quarto.
Já em decomposição, os vermes se alimentavam de suas entranhas.
Em posição fetal, as lágrimas ainda congeladas em sua face, apavorada.
Para sempre apavorado.
Viveu uma vida de trevas e cegueira.
No escuro, se arrastava procurando pelas chaves que o tirassem da prisão.
Porém, suas orações não foram capazes de mantê-lo em pé por muito em tempo.
A fé, enterrada em seu túmulo.
Emoções todas apagadas à muito.
No chão, sem reação, estagnado.
No chão, sem reação, em busca de luz.
No chão, sem reação, morto.