sexta-feira, 20 de maio de 2011

Descanso

Desligue os aparelhos
Eu imploro! - Descansarei minha cabeça,
Eutanasia para meus sonhos.
Me sinto um maldito à cada vez que sorrio.
Por ainda aguentar esta vida de misérias e migalhas.
Por não ter sido massacrado, ainda;
Pelos erros, pelas mortes, pela ignorância.
Sorrio, quando não deveria mais mostrar os dentes.
Por aguentar a dor, mais e mais forte,
Enquanto pisam sobre meu crânio,
Me fazendo sangrar. me fazendo querer esquecer
Todas as vezes em que fui derrotado;
E me fazendo querer esquecer
Esta maldita e vazia existência.
À minha volta, vocês sorriram
Enquanto os vermes passeavam por minhas entranhas;
Enquanto estive jogado às traças,
Exposto em seu museu macabro
De escárnio e negro humor sarcástico.
De risos medonhos sobre meu caixão.
Eu não sou deste seu mundo de maravilhas,
Romances e amores sem fim;
Sou um cadáver, nasci para morrer!
Me tornei uma sombra maldita e,
À cada passo, à cada sonho morto,
À cada fracasso; Me sinto um completo idiota.
E sou.

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