quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Um Segundo Setembro

Descanse em paz, Meu amigo..
O primeiro de muitos anos, o primeiro de muitos setembros.
Pela paz, meu rapaz!
Você vai fazer falta..
Um pai, um irmão, um de nós!
Abraços aqui de baixo!
Em breve, quem sabe não estaremos lado a lado?!
Muito amor pra ti por ai...
Por aqui, para nós ficou o Seu!
E é com orgulho que o guardo.
O guardo em noites de angústia.
O guardo em noites de alegria.
Pois estamos sempre lado a lado!

sábado, 22 de setembro de 2012

Névoa

Algumas pedras no caminho seriam câncer.
Viriam dias onde a dor e a escuridão
Seriam penitência para erros nunca cometidos...
Estradas, aquelas ficariam para trás..
Sua poeira à avermelhar olhos
Cegar homens fortes, outrora saudáveis...
Porém a nevoa dos dias perduraria,
Fazendo deles mais pesados..
Quase impossíveis de carregar sobre ombros deslocados;
Atravessar os lamaçais da má sorte seria suicídio,
Com terra entre os dentes e pregos nos tornozelos..
E a mais árdua das tarefas então se tornaria
Suportar a nevoa própria de outros dias;
Nevoa que, para uma criança realmente triste, é infinita.

"..They said: We all care for you, we know how you suffer
But i know you can succeed, i used to have it so much rougher.."

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Diabo dos Pássaros

Antigos livros não voltariam à ser lidos:
Doenças descritas neles
Levariam nossos filhos
Antes mesmo de nascer.
Outrora sairiam impunes;
Aquelas amareladas páginas
Que se desfaziam nas mãos.
Mas agora famigerada praga,
Destra mão do próprio diabo,
Haviam de perecer.
Tempestades viriam varrer
A tristeza dos campos
E com ela morreriam os amores,
Cansados.. Carregados de dor.
O pó viraria barro,
E do barro nasceriam homens.
Desgraçados. Miseráveis...
Preenchidos do puro ódio.
Ódio cujos muros fazem questionar
Quando morreram sonhos.
Ódio de enxurradas onde afogam-se amigos.
Ódio que fecha os portões
Perante os quais choram garotas.
Garotas que amamos.. Um dia...
Os pássaros não voltariam à voar;
Querosene correria em suas veias,
Entre o devastador desejo
De que o céu fosse embora, de alguma forma.
E do céu se faria fumaça,
E da fumaça nasceria o Diabo.
Ficaria ali inerte, entre os arcos do paraíso.
À poluir sonhos, arrancar asas
E beber do sangue de nossos filhos.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Medíocre Orgulho

Algum tempo havia passado
Desde os últimos entardeceres belos e repletos de esperança;
Eu em meio à medíocres, camuflado
Anotava palavras carregadas de rancor.
Era um dia daqueles;
Tudo aconteceria ao contrário do que desejei,
Só por haver desejado algo.
Coloquei a faca entre os dentes de um ignorante
E ordenei que corresse.
Porém atônito ele me fitava,
Inquieto por dentro, mas com olhos disciplinados,
Como quem declara guerra a um poeta alcóolatra.
"Assim seja" - Eu disse.
Ele forçou os dentes até que marcassem a lâmina.
"Glória aos mediocres e alcançaremos os céus!"
Respondeu.
E eu, estranhamente humilhado, murmurei:
"Glória aos medíocres o mundo todo vem abaixo".
Destruído, me retirei,
O exílio me aguardava.

 "And what's a game of chance to you
To him is one of real skill"

domingo, 16 de setembro de 2012

Os Corvos

Ousados seriam aqueles dias,
Por carregar em si os nomes
De aves negras à tomar os céus.
Tais mãos quebrariam o gelo;
Tocariam meu corpo de forma dócil,
Correriam por minha face desanimada,
Arrancando males pela raiz.
Dias outros se fazem clarear,
O Sol já não nasce na hora certa.
Somos frágeis, agora. Velhos e frágeis.
Desfrutando de moedas falsas,
Admirado artistas sem camisa,
E nos esquecendo dos antigos sabores de doces.
Vale a pena começar a andar
Só pra deixar as palmas das mãos em carne viva?
Já não sei dizer..
E tudo bem não acreditar em mim,
Mas por favor não estrague esta minha noite.
Tudo estava indo nos conformes,
Pratos cheios e dois dias sem álcool,
Alegrias e conquistas efêmeras..
Quando chegaste carregando nos bolsos
Verbos ásperos e punhos cerrados.
Tudo estava correndo bem..
E assim se completariam dois dias
Sem alimentar nenhum tipo de vício profundo;
Mas estes verbos.. Escrevo no passado.

"Couldn't love it anymore
Had to listen to my heart
Couldn't take it anymore
So you leave me...
Godless..."

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Epílogo para Os Corvos

Seguir sorrindo seria apenas uma ilusão.
Vede tu o que faço de meus dias:
Atirar pedras nos corvos
Aqueles que assombraram a própria noite,
Entre ombrais e desertos sórdidos
Tão magníficos quanto a angústia constante;
Hei então de ter mil asas
Gigantes por sua própria natureza,
Porém presas entre as mãos de quem me afaga
Sempre incapazes de acalmar;
E cujos dedos deixaram escorrer entre si
Inertes, destinos gloriosos..
Que trariam paz aos olhos que suplicam por
Escuridão... Ou...
Alívio tosco à correr no corpo agora exausto.
Distraída a cabeça
Devido àquelas cargas horárias absurdas,
Que amarram o coração durante o dia,
Obrigando esboçar um sorriso torto e amarelado
[Tal qual os daquelas simpáticas garotas
Que carregam a beleza de viver sempre sozinhas],
Há de estar tudo em paz...
Seguir sorrindo seria então ignorar os corvos..
Ou dar a eles o próprio punho,
Cerrado e à sangrar;
Sabendo ser fiel às asas nunca úteis.

sábado, 1 de setembro de 2012

Homenagem à Você, Direto do Inferno

Disseminando discursos infantis
Entre os grandes mestres da mediocridade,
Com suas teses magníficas
Sobre insegurança em trajes arrogantes..
És grande, és forte, em imagem
Uma reluzente e colossal montanha de lixo.
Meus sinceros parabéns à você,
Que se veste como um parasita
E mesmo assim, há de me vencer com facilidade.
Jaz meu rosto como obra do diabo,
Em contorcionismos, dançarinas se agarram,
Mulheres de mãos dadas à humilhação,
E eu, no chão, pisoteado.
Sobras do destino seremos, eu e elas,
E haveremos de conjulgar a própria solidão
Soltando aqueles mesmos discursos de sempre
Genéricos, como nossas línguas gastas...
"Gostaria de mudar o mundo" - Um jovem disse-me -
"Cumprimente um trovador com as mãos sujas de merda"
Respondi.
Ele se curvou até desaparecer,
Esmagou sua coluna, transformando-a em migalhas;
Aqueles jovens não mais existem,
Inertes perante os dias, pereceram.