quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Epílogo para Os Corvos

Seguir sorrindo seria apenas uma ilusão.
Vede tu o que faço de meus dias:
Atirar pedras nos corvos
Aqueles que assombraram a própria noite,
Entre ombrais e desertos sórdidos
Tão magníficos quanto a angústia constante;
Hei então de ter mil asas
Gigantes por sua própria natureza,
Porém presas entre as mãos de quem me afaga
Sempre incapazes de acalmar;
E cujos dedos deixaram escorrer entre si
Inertes, destinos gloriosos..
Que trariam paz aos olhos que suplicam por
Escuridão... Ou...
Alívio tosco à correr no corpo agora exausto.
Distraída a cabeça
Devido àquelas cargas horárias absurdas,
Que amarram o coração durante o dia,
Obrigando esboçar um sorriso torto e amarelado
[Tal qual os daquelas simpáticas garotas
Que carregam a beleza de viver sempre sozinhas],
Há de estar tudo em paz...
Seguir sorrindo seria então ignorar os corvos..
Ou dar a eles o próprio punho,
Cerrado e à sangrar;
Sabendo ser fiel às asas nunca úteis.

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