terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Diabo dos Pássaros

Antigos livros não voltariam à ser lidos:
Doenças descritas neles
Levariam nossos filhos
Antes mesmo de nascer.
Outrora sairiam impunes;
Aquelas amareladas páginas
Que se desfaziam nas mãos.
Mas agora famigerada praga,
Destra mão do próprio diabo,
Haviam de perecer.
Tempestades viriam varrer
A tristeza dos campos
E com ela morreriam os amores,
Cansados.. Carregados de dor.
O pó viraria barro,
E do barro nasceriam homens.
Desgraçados. Miseráveis...
Preenchidos do puro ódio.
Ódio cujos muros fazem questionar
Quando morreram sonhos.
Ódio de enxurradas onde afogam-se amigos.
Ódio que fecha os portões
Perante os quais choram garotas.
Garotas que amamos.. Um dia...
Os pássaros não voltariam à voar;
Querosene correria em suas veias,
Entre o devastador desejo
De que o céu fosse embora, de alguma forma.
E do céu se faria fumaça,
E da fumaça nasceria o Diabo.
Ficaria ali inerte, entre os arcos do paraíso.
À poluir sonhos, arrancar asas
E beber do sangue de nossos filhos.

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