quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O Diálogo dos Empregados

Desculpe-me, velho senhor
Por não poder conversar,
Mesmo que com ardor
Insistas em discordar

Daqueles meus argumentos
Dignos de risos infantis,
E meus mesquinhos tormentos
Criadores de uma arte infeliz

Antes me apetecia chorar,
Amar foi de meu agrado;
Mas todos têm que trabalhar,
Sentir é arte de desempregado

Mas antes que vá, senhor,
Te falo com toda certeza:
De todos sentimentos, a dor,
É o que vê com maior clareza

Vê só como amava os cães!
Vê só como sabia sorrir!
Agora clamo por mães
Tais quais jamais conheci

A arte, da tristeza brota,
Como um grito desesperado;
A existência em si, é derrota
Aceito-a assim, de bom grado.

Um comentário:

  1. Antes me apetecia chorar,
    Amar foi de meu agrado;
    Mas todos têm que trabalhar,
    Sentir é arte de desempregado

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