segunda-feira, 29 de julho de 2013

Os Conselheiros

Contam-se as almas sujas de frieza
Como contam-se tripas de cachorro
no asfalto de uma avenida à meia luz.
Os conselheiros se reúnem para mais um dia turvo e inócuo.
Multiplicam-se as mãos frias sobre a mesa
E racham-se as testas para a abertura da cerimônia.
Estouram-nos, arrombam-nos narizes
Para sangrar as mil garotas em overdose de ketamina.
Os conselheiros riem para amores que se afastam.
Afastam-se para trepar a noite toda com nossas namoradas.
Os sábios arrancaram as árvores pelas raízes,
Apunhaladas por seu otimismo.
E transaram sem amor a noite toda,
E colocaram chapéus pela calçada por esmolas.
Nós pisamos sobre nossos órgãos genitais,
Até gozar sangue na sarjeta.
Foi assim que aprendemos e que Jesus previu que seria.
Porcos imundos do mundo, garotas imbecis do mundo,
Uni-vos! Ouçam já a decisão dos conselheiros.
É dado toque de recolher para sentimentos e riscos,
Deitem-se todos, golas nos trilhos,
Já vem o Diabo contar suas almas!
Ou são elas as tripas de cachorro na avenida?

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