terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sobre Lares e Lobos

Cães.. Carcaças..
Que faces me observam,
Das bordas desta cidade esquecida?
Que lobos vêm habitar os edifícios
De palha que um dia destruiram?
O lar onde vivi, que,
Mesmo para uma brisa fraca,
Se fazia frágil?
Os desconheço..
Não são os mesmos de outrora.
Nem as inspirações..
Aquelas foram sopradas ao acaso e,
Guardadas aquelas peças de couro,
Sobrou a inanição à me encarar
Com suas unhas e dentes afiados..
Como pinturas de Bárbaros
Carregando em lâminas
Suas próprias glórias;
Grossas, tortuosas.
Cortes então se espalham
Pelas juntas de meus membros,
Pelas veias expostas na pele branca
E eu, acorrentado,
Observo do canto, escuro e úmido,
As feras à devorar meus amores;
Porém, não sofro.

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