quarta-feira, 28 de março de 2012

Sentir Seu Ódio por Mim Rasgar de Dentro para Fora

Dilacerem-se as almas
E que anjos vomitem as asas;
Por serem toscos, ásperos,
Por lançar ira sobre os homens.
Sonhos impunes aqueles de outrora,
Por ser capazes de mudar um mundo injusto;
Hoje frios e mortos,
À atormentar noites sãs..
Que nenhum Deus seja meu!
Que nenhum Senhor Aflija-me,
Pois sou mártir de mim mesmo!
-O garoto se aproxima do trono,
Toca-o e contempla-o como à Alma daquela sala.
A Voz grave ecoa -
Impuro seja o nome do homem que for capaz
De sustentar-se com as próprias pernas!
Que sofra aquele que ousar
Desperdiçar a jovialidade à caminhar sobre a lama.
Os ecos fazem da voz metáfora de tudo que existe,
No mundo efêmero que é um instante.
Mil mãos de areia podem tentar - eu respondi -
Construir paredes espessas de ouro puro
E falharão sucessivamente, até sobrar só as minhas.
E meus pés, já não sendo parte do corpo,
Magro e nu feito uma estátua,
Hão de sangrar mais ainda que agora sangram:
Pois não são dignos nem de tocar
O chão de pedra que o garoto habita.
Silêncio profundo se instalou:
Dali pra frente, nada mais aconteceu.

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