quinta-feira, 15 de março de 2012

Peso Sobre as Costas dos Jovens

Tristes olhos à observar,
Errar, cair, despedaçar-se.
Que são risos? Lágrimas? Nada!
Com outros olhos vejamo-nos. Inexistimos!
Os lobos distribuidos pela floresta
Morrem de fome, de tristeza, de vazio.
São lobos! E como lobos, que sangue
Amargaria-lhes tanto a boca que os faria vomitar?
É nossa carne presa entre seus dentes.
Nossos ossos quebrando como pequenos galhos.
Refugiamo-nos no escuro.
Em doses diárias de falso afeto.
Eu também estava na platéia quando a cortina se abriu.
E tudo o que havia eram atrizes nuas, sem rostos, sem seios.
O medo toma o espaço, onde um dia, morou o coração.
Estamos perdidos. Inamáveis.
Todo o fingimento diário vem nos dominando.
A vida se torna um eterno pesar; Não há hiato.
Os pés afundam e afundam. O desacato desanima.
Cinza cobre os céus de cada um.
E é só quando nos olhamos no espelho que percebemos:
Muito peso sobre as costas dos jovens
E todos acabam em uma cova rasa.

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