segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Espera e Saudade

Sei que dissemos que não morreriamos.
Sei que estou sempre a margem da existência,
Mesmo que tenha, num impulso de fé,
Acreditado que não ficaria para trás de novo.
Perdão por ter me esquecido dos sonhos de outrora.
Por ter me esquecido de observar o luar,
E as nuvens vermelhas que permeiam a madrugada...
Ainda risco o céu com os olhos, às vezes,
Num lapso de vontade crua de existir novamente.
Sou feito do pó das ruas lá fora,
Além da janela fria do quarto, ainda.
Aprisionado no concreto, na pele e no osso;
Sinto o cheiro ainda daquelas angústias.
Estou tão são, liso e concreto.
Tantos devaneios inúteis
Me desviam do caminho que anseio trilhar.
Me convenço de que é o maldito emprego
E isso tudo que já foi demais, para mim..
Eu sei que te disse que não morreríamos.
Outrora tão vivos... Tão próximos e vivos.
Como pode Meu peito não exalar calor,
E tudo ser tudo tão vazio, agora?
Faço do mundo o que, se de mim não faço nada?
Espero, mesmo que os dias se passem sóbrios e
Ofuscados pelo brilho do passado...
Espero, por mais que não possa vislumbrar nada,
De mãos juntas e olhos ao céu
E levo de ti foto alguma,
Mas claras lembranças de sonhos agora mortos.

"She was a girl Left alone
Feeling the need To make me her home"

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