segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Lágrimas de Inverno




Sejam bem vindas as lágrimas
Para o espetáculo que é a noite;
Que me façam solidária companhia
Em solitário claustro que me guarda.
Os próximos agora distantes,
Pelos próximos anos que aguardam
Meus dentes cansados de ranger
De bater uns contra os outros dentre pesadelos.
Devaneios dominam minha mente,
Ainda não sei fazer música,
Quase todo dia vejo teu rosto,
Tão distante quanto a infância
Bela pela inocência, pela falta da dor,
Pela não-angústia, pela espontaneidade;
Admirando-o por ser belo e triste.
Falta em meus braços companhia.
Faltam em meu rosto sorrisos?
Jamais! O vazio é suficiente,
Por apetecer tão sinceras lágrimas.
Espero que lavem meu rosto,
E que nelas reflita o futuro.
Em sonhos banharão também de alegria a vida;
Olho para todos os lados,
Me apaixono, as vezes, por qualquer garoto,
Mas admiro você, ainda,
Por perder com tamanha graça,
Que pobres de espírito se engasgariam.
Admiro você ainda, depois de tantos anos,
Por lágrimas de beleza aquela,
Que medíocres como eu jamais chegarão perto
De saber como é tocar com seu pobre calor humano.

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