sexta-feira, 20 de maio de 2016

Meu

Meus dias não me pertencem;
Até as estrelas me queimam o rosto
Quando chega a noite.
Todos contam a mesma piada,
Só eles veem graça.
Bebem dos copos alheios
Pra subir os muros cheios de lodo
E gritar do topo até que meus ouvidos sangrem.
A cidade mastiga meu corpo.
Com a energia de Deuses, eles sobem.
Com louvor jamais visto
Por gente tão baixa como eu
Eles destroem as pontes.
Eu caio duro na sarjeta
Envenenado por seus beijos em minha testa.
Seus lábios secos
Me drenam como gin no fígado.
Me venderam por muito pouco e..
Meus olhos, agora, só expressam cansaço.
Meus filhos virão ao sepulcro
Morar comigo e sentir o frio afiado de meus braços
Enquanto a marcha dos Deuses caminhará
Para conquistar castelos sagrados e terras fecundas;
Dentro de uma carcaça seca e suja
Estará minha alma abraçada aos joelhos,
Embalando meu sono eterno
E conquistando aquilo que sempre foi meu:
Solidão...
Solidão e vazio.
Só isso me pertence.

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