quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A Desesperança e o Descaso

Nuvens negras se espalham pelo céu como uma praga,
Engolem prédios, pontes.. Meu corpo,
Catatônico num canto sujo.
O frio me recorda que posso sentir,
Minha pele, antes deficiente
Agora arde, queima, desfaz.
Você observa a doença me consumir,
De cima, imune,
Com sua desgraçada leveza, imune..
Num poço os cães disputam
A única migalha que atira,
O perdedor rolará na lama,
Os outros, escarrarão sangue e morderão seus rostos,
A fim de realizar sonhos necrosados.
Satanás, o Titereiro,
Se aproxima para cuspir na minha cara,
Chafurdo na merda, engasgo, me afogo;
Em cima você, em baixo, o Demônio,
E eu tendo de escolher quem eu quero
Que pise nas minhas mãos quando eu tentar levantar.
Os humanos observam tudo,
Como um falso teatro de ódio;
Mas não era esse o papel que eu queria pra mim;
Onde eles vêem leveza, eu vejo distância;
Onde eles vêem imunidade, eu vejo doença;
Onde eles vêem Deus, eu vejo descaso;
Onde eles vêem Amor, eu vejo Solidão.

"O mundo morreu, o ódio venceu, o que é que eu vou fazer?
Sigo meu caminho, meu caminho é morrer.."

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