terça-feira, 20 de novembro de 2012

Em Torno do Ódio

As moscas se uniram
E da merda planejam
Acabar com os anjos...
Desamarrem os pés das pombas,
Meus olhos secam
Diante de tanta maldade.
Deem-lhe novas asas,
Despencarei ao seu lado..
Arrancarão meus dentes,
Água escorrerá,
Fazendo dos campos, lama.
O verde há de se esconder
Entre carrancas de bronze,
E joelhos doloridos;
Ouvidos vão zunir..
Devolvam-me a alegria! Ela me pertence!
Meus olhos estão borrados,
Isso não é nada,
Um pequeno ralado nos pulmões;
Não é nada, mesmo..
As ruas estão fechadas,
Parece-me um velório.
Malditos! Estão envelhecendo!
Seus amores sofrerão de Alzheimer..
Malditos serão seus nomes!
Isso não é nada, perto do resto..
Vejo você em meus sonhos,
Cada vez mais bela,
Mais pálida, mais nua..
Coloco-a num pedestal torto
E a glorifico como à um anjo morto.
Entre cavalos, aflitos,
Com ódio no olhar e sangue nas veias,
Suas glórias me colocam de joelhos...
Fazei de mim, fiel, meu Deus!
Fazei de mim, fiel e
Colocai-me em cultos vazios.
Cala-me para sempre, senhor;
E na terra sucumbirá,
Numa caixa cheia de cupins
Meu corpo, inanimado.

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