sábado, 6 de outubro de 2012

Era pó o que sobrava dos dias.
A carne e o osso definhavam
E sobre eles cobria a praga;
Sobras do verme e do vírus.
Éramos muitos e muitos que éramos,
Já não olhávamos uns para os outros.
Éramos muitos, os que já não viviam.
As fantasias dos homens dançavam
Corriam, fugiam, escapavam das mãos..
Só o pó sobraria.
Ficaríamos por ali, à almejar migalhas,
Sorrir de forma forçada,
Escapar de trilhas de areia..
Seriam méritos, casas de palha,
Frágeis até mesmo para leves brisas
Em olhos vermelhos de tanta cólera..
Em pó a morte cairia dos céus..
Ícarus dos próprios demônios,
Césio para nossas almas..
O mesmo pó de que os dias são feitos..
O nada.

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