segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Carniça

Sinto cheiro de carniça logo cedo,
Tranco os olhos bem firme,
De modo que não veja a luz.
[Não quero foder o meu dia, à essa hora da manhã]
Sinto-me patético.. Por ser, ainda, o mesmo.
Desejo que os anjos façam jus à teu nome,
Derivado também da luz, como aquele que à muito despencou...
Fora derrubada por minhas próprias mãos, nuas
E agora agoniza em gelo e rezina.
Quanta culpa toma meus ombros...
Sem vestes de prata.. Como pude?!
Que os anjos façam jus à seus nomes,
E eu farei também ao meu.
'Sonhos pardos, sem contraste?'
Cala-te! O riso que ecoa é minha resposta...
Em uma pequena sala cabem muitos espelhos
E deles ecoa o discurso de um falso profeta:
"É dever de todo cidadão de bem pisar sobre a cabeça dos opressores,
Nós, íntegros e livres, como verdadeiros Filhos de Deus
Devemos nos vingar daqueles que trazem consigo a miséria!"
Sinto-me patético... Anseio que a espada vire-se contra mim..
Oro para que meus amores tenham punhos firmes..
Sinto cheiro de carniça logo cedo, e constato:
"É de meu corpo que exala"

Nenhum comentário:

Postar um comentário