quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sobre imperfeição, solidão e noites chuvosas

Soturna, a treva cai impiedosa.
Lá fora os cadáveres apodrecem.
Deuses tenebrosos desacreditam de atrocidades comuns
Os Deuses mais sarcásticos zombam da desgraça alheia
As feras vagam pelas ruas manchadas de sangue à procura de alimento,
O odor de morte se espalha; causa ânsias de vômito.
Lá fora a chuva cai.
Aqui, O oxigênio queima, adentrando, frio, as narinas;
Desaprendi a estar tão em mim.
Essa solidão noturna...
Chega sorrateira, por baixo da porta,
Canta uma melodia que embala minha insônia
E não se vai até que um novo dia se perca no tempo.
A alma presa ao perecível,
Cega, perdida, cansada.
As sementes do ódio foram plantadas
Uma doença degenerativa; Uma praga incurável.
O espírito paga em vida o inferno que vivo
Pecados cravados, para sempre, na pele.
Imperfeição, é tudo que resta.
As esperanças de uma nova vida me foram arrancadas
Cortados pelas raízes, jazem meus sonhos, jogados ás traças
Até quando poderei me arrastar?



[Eu ia parar, mas de repente me deu vontade de postar dois textos que, de certa forma, se completam.
Não sei se vai ser possível entender e sentir isso à primeira instância (ou é estância?)
Tenho me sentido bem e mal, um certo tipo de bipolaridade.
Aquela coisa que se sente quando se está em casa. Mas não se está em seu lar.
E quando sua companhia não é uma amizade.]

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