quinta-feira, 8 de julho de 2010

Os Cemitérios

As lembranças um dia serão papéis empoeirados,
pois o esquecimento é o destino das almas.
Estas seguem em marcha caminho às covas;
O cemitério corrói os corpos, mas às mantém virgens, intocáveis, sacras.
Os sepulcros, em filas, são obras de arte
Contam histórias que atormentam aos pobres de espírito.
No cemitério jazem as felicidades de outrora
E nele, morrem os que, ainda vivos, perdem à quem amavam.
Os mortos choram melancólicos a maldição hereditária
E os vivos derramam pêsames aos que se mantém de pé.
Agora é tudo sujeira à sete palmos.
Agora são todos cadáveres fedendo à clorofórmio.
As cruzes são crenças que não salvam vidas,
Os vermes nem fazem questão de agradecer o banquete, afinal.
Os túmulos são sempre paredes que não trazem proteção,
Nada pode perder aquele que já não possui a si mesmo.

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