segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Realismo

Credo-em-cruz e mais um monte de merda,
Só não tanto nos amigos.
Sentir cheiro de merda me traz nostalgia,
Lembra a adolescência,
As pessoas esgotadas [Cheias de esgoto]
Olham para copos vazios
E constatam estar de saco cheio.
E vieram muitos copos vazios, numa noite,
Até que me definissem como pessimista.
Mas nenhum deles estava meio cheio,
Então, como todo pessimista,
Em verdade, em verdade, vos digo: Sou um realista.
Desde quando vim pra cá,
Tenho sempre os mesmos problemas
Esses dos quais não se fala,
E que, por não se falar, não se resolvem nunca;
Em casa os espelhos, rachados,
Me trazem uma imagem distorcida.
Nas ruas, estes que me enxergam com clareza maior
Do que a com que consigo me enxergar,
Me apresentam à mim mesmo,
Alguém não menos distorcido que aquele dos espelhos.
Temo que assim seja.
Então meus amigos vem até em casa:
[Se gostam de mim, boa gente é que não são]
E eles dizem que tudo vai ficar bem,
Que um novo ano começou,
Que serão presentes em meus aniversários.
Hm... sei não..
Credo-em-cruz e mais um monte de merda,
Mas.. Nos amigos...


"Varra-me de uma vez"

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