terça-feira, 10 de setembro de 2013

Os Jovens nos Parapeitos

E as sombras e morcegos vem.
Batem ao parapeito de um prédio,
Quase para romper os vitrais das janelas.
E me acordam com fulgor e glória da ansiedade asquerosa
Que toma nas mãos (e quebra) os queixos dos fracos.
Minhas facas apontam apenas à mim,
Ao meu fígado e pâncreas.
Perfuram.. E a sangria me cura,
Perfuram.. E a sangria me drena,
Drena de ti e teu nome tatuado nas veias;
Restam as ocas lembranças dos olhos cegos,
Agora certos de que um novo dia -
Um dia pior e mais desesperador - virá.
Cairá dos céus como uma praga,
Pulsando nas entranhas dos morcegos;
E, na escuridão, as janelas de meu prédio estarão abertas;
Suas cortinas agitadas, à flamular,
Serão uma bandeira para os apartamentos vazios
Relembrando à cidade e aos roedores:
Aqui, um jovem teve o sono perturbado..
Aqui, um jovem desistiu.

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