sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Inveja

Inveja, mãe dos ratos
Sorrateira como a praga
Que afaga os dedos pelos quais deslizam
As alegrias, minhas e só minhas.

Sou seco porque assim me faço
Em peças de ódio e agonia
Dilaceradas nas mãos da trapaça
Traças que nos desmembram
(Aos poucos, se aproximam
Como quem não quer nada
Derrotando com louvor.. meu espírito)

Sentada ao meu lado, toca meu queixo
Em queda, fenômeno dos fracos,
Já não sou o mesmo, já não sou bom
Nem resta em mim o cheiro do passado..
(Sobre os dias, apenas lhe digo
Que todos eles são cinza)

Cortando a testa, coroa de espinhos
Que me deste, de aniversário
Dez anos de dores e cães
Ao soar do zero, todos cães nascem
Ao soar dos quinze, todos despencam.
(Mortos, que mal me pergunte)

Escarrados, frios, desgraçados
Cães, senhores dos ratos
Que naufragam em meio a destroços
De um mundo outrora nosso.

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