quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ascensão dos Vícios

Mesmo que contemos histórias
Sobre o fundo do poço,
Sobre derrotas e vômito,
Estamos ainda vivos (De alguma forma estúpida).
Acordando em camas de pregos
Ouvindo aquele som rápido
Desagradável e agressivo,
Que insiste em perturbar os vizinhos.
"Eu quero que se foda" - Ele disse,
Com um tom de uma espécie de arrogância,
E saiu pela porta,
Com os ouvidos a apitar,
E a própria sombra resmungava;
"já vai tarde, o desgraçado!".
Tamanha era quantia de doses
De conhaque que bebia,
Que suas olheiras eram
uma metáfora da própria dor
Do dia-a-dia, da falta de vivacidade.
E observando todas as alegrias,
De todos os parques,
Todas as praças,
E a ânsia de fumar pedra,
Decidiu consigo e com seus vícios que
A mente poderia derreter como chumbo.
Que diferença isso tudo faz?
Desejava mesmo ter Câncer
Ou um distúrbio que o derrubasse numa terça-feira.
Hoje está distorcido, miserável e deplorável,
E se morrer de Aids, foi por amor.

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