terça-feira, 18 de outubro de 2011

O Amigo Imaginário

Como um amigo imaginário, antigo,
Me olha da cabeça aos pés.
Porque me criaste como tal alegoria sádica?
Deusa de meus passos,
E dona de todas as pedras no caminho
Que insisto em nomear Angústia,
À imagem de que demônio me fizera?
Ensina-me milhares de coisas em segundos,
Enquanto percepções se perdem
Como se o tempo fosse metáfora para
Todas aquelas tendências tão inalcansáveis,
E,
Enquanto minha visão corre o chão da sala,
Por minha postura ser baixa e depressiva,
Eternos dias se passam;
Infinitos pássaros tomam os céus la fora
E as nuvens tão cinzas;
Sem que seus lábios se abram num gesto sincero,
Seu coração se recusa a bater uma vez mais.
Fita meus olhos:
"Porque mesmo é que estamos aqui?"
"Não sei..
Nem ao menos sou membro ativo dessa conversação.
Me criaste um péssimo amigo,
Exceto pela parte do imaginário."
Abro a porta e saio;
Ou desapareço como fumaça.

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