quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Paz e Penitência

Quero saber o que a paz me propoe;
Quando o sonho é só sonho,
Claro, embora monocromático.
Quero entender qual o nome
Do abismo que agora nos separa;
Corpo e alma, medo e desejo.
Seremos honestos conosco
Perdendo as cordas vocais
E algemando reações espontâneas
Apertando-as, Esmagando-as
Como pássaros morrendo entre os dedos?
Abraçar-me à vista do espelho
Ainda forte, mesmo que sem controle,
Confiando num efêmero reflexo.
Quero saber o que será do fim;
Da subjetividade dos sonhos que
Jamais passarão de sonhos.
Quero conhecer o silêncio que sopra
Nos campos calmos da alma;
Quero saber o que a paz me propoe,
Ao separar-me de mim mesma...

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Nos Olhos do Velho Senhor



Ele entrou por aquela antiga porta
A poeira se escondia por debaixo dos tapetes.
Velhos rostos desconhecidos
Velhos rostos a ser conhecidos

Puxou uma cadeira e um cigarro do paletó
Sonhava de olhos abertos
As rugas haviam tomado seu rosto
Triste e seco, esquecido pela vida

"Estamos velhos" Disse,
Estava sozinho na sala.
"Estamos velhos" Disse,
e pegou o violão
Bateu as cordas e fechou bem forte os olhos.

Sonhamos juntos, eu sei
Sonhamos juntos e acordamos separados
E agora.. É hora de deixar tudo se ir..
Pra sempre..


[Errei pra caralho, mesmo; Sem animo pra corrigir
Cheio de ruído, e dai?]

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Cacos de Vidro

Morto ou vivo,
Estamos à sós?
Quando a última chama exaurir
Quando as correntes pararem de arrastar
Estarei vivo ou morto?
Pisos horrendos assentados na sala;
Tanta solidão, tanta solidão.
Tais lugares tão isolados
Ainda riscam meus sonhos.
O espelho se quebra,
E minha imagem se transforma
Em alguma figura metafórica.
Somos estátuas de anjos.
Belos simbolos, porém efêmeros.
O que representamos se não a solidão?
Duas crianças em um útero,
O que tem em comum?
Choram, doam, doem.
Chega de papo furado.
Digamos um belo e largo foda-se para tudo isso!
O que realmente existe
É a cabeça bem afundada na merda,
É o fogo tomando o rosto
E seus gritos de dor na madrugada.
Amargurem, amargurem e sofram
Os filhos de todos os úteros!
De natureza torta e espírito frio.
Agonizem!
Guardo comigo ainda um caco de vidro;
Seguro-o de forma que corte os vãos dos dedos;
Deixo o sangue escorrer.
Tiro os espelhos do quarto,
Pra tentar dormir em paz por uma noite;
Tudo que eu tentei fazer deu errado.
Tudo que eu tentei deu errado.
Deito a cabeça sobre o travesseiro.
Fecho bem os musculos da garganta;
Decepo-os.


"I'll write in your face with my pretty knife,
I'm gonna toy with your precious smile,
I want to know,
i want you to know
Want You to know what love is"

sábado, 11 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Erros

"Dava-me a angústia de pensar
Tu ainda não dirias
Sobre aquela fé iluminar
Entre máscaras esconderias

Aperte a minha mão
Um novo ano começa
Queimo cada segundo em vão
Em erros que me impeça

Esculpir em rostos sem alma
Vejo anjos em uma Igreja
Desenhados com a Glória e calma
Que para os olhos corteja
Sonhos aos poucos morrem
Ser o mesmo, ainda Penso
Os vencedores discorrem
Sobre o erro propenso...

Fazendo ainda esquecer
Sobre as maiores derrotas
como velhos à perecer
Com as suas anedotas

Antigas e infantis
Como poucas alegrias
Ao final de tudo, sempre diz
Tu ainda merecias

Esculpir em rostos sem alma
Vejo anjos em uma Igreja
Desenhados com a Glória e calma
Que para os olhos corteja
Sonhos aos poucos morrem
Ser o mesmo, ainda Penso
Os vencedores discorrem
Sobre o erro propenso...

Queimam os livros, pisam os jardins
Mesmo com os riscos daqueles fins
Por favor implore abraços
Mesmo que chore por quebrar os laços
Escondendo pálidos Sóis, exibindo seus troféus
Da vitória sobre nós, com a glória maior que os Céus... "

-Erros por Ilustre Ode

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Castelos Destruídos

Jasmins num cemitério.
Jasmins num cemitério
Aos prantos.
Venha cá rapaz, venha ver
Aqueles castelos desmoronarem
Os corpos nús à despencar
De suas torres em cheque.
Cá eu em cicatrizes
Enterrado sob hinos curtos de dor
Repletos de palavras inúteis e inertes,
Almejando flutuar sobre antigas enxurradas.
Dancemos na chuva!
Dancemos na chuva
E morramos ao nascer do novo dia.
Venha cá ver, rapaz,
Meus joelhos em feridas
Por ter caído tantas vezes..
"Não sou mais criança..
Há flores que desconheço pelo mundo espalhadas.."
Lamentarei-me aos quatro ventos
E meus dentes trincarão.
Em estalos queixos hão de cair
E humanos antes sóbrios
Correrão como cães outrora encoleirados;
Pois em cólera se banham os cães
Em cólera e em desamor...
A humanidade estará de joelhos
E a garota que chorava,
E acumulava raiva na alma,
Rasgará o vestido e o sorriso.
Cairão por terra as mães.
Cairão por terra as mães
E os filhos, envenenados.


"Now she's in purple, Now she's a turtle,
Disintegrating...
Christine Sees her face Unfurl"

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Crível

Não é sobre chorar sobre o leite derramado.
Não é sobre amar ou sobre não ser amado.
Mesmo que chovam os lírios
Sobre as mesas dos ricos de espírito,
Rasgarei minha pele, atearei fogo
Deitarei sobre o vidro implorando socorro.
Chorei ao fugir de tenebroso claustro
Chorei ao correr e ter o corpo exausto,
Vejo-me ao espelho repleto de dores críveis,
Abominam-me monstros extremamente plausíveis.
Traço, tez e corpo esguio,
Algemo-me a beira do rio,
Espero desfigurar-me pelos reflexos infindos
Perder-me nas luzes que à noite banham,
Sou devorado por peixes famintos
Arrepios e medo agora me ganham.
Flutuo leve pelas pequenas ondas,
Torno-me filho da noite e das sombras.
Mato no ninho qualquer emoção
Dilacero o desejo e me afogo, então.
Como pode a ausência machucar tanto?
Arrancar o rosto e arranhar o peito
Sem deixar marca, sem excitar, no entanto,
Fazer da felicidade um crivo tão estreito?
Não tens ideia do quanto é insuportável,
Ter em mãos um feto de placenta umedecido,
Em corpo e alma, totalmente inamável
De coração, de mãos e de pés desprovido...
Não é sobre nenhuma dessas dores,
Sobre contar tristezas e desamores;
Sobre não saber como existir;
Sentir sua vida, aos poucos exaurir..
Sobre não possuir nada além do vazio
Abraçar a si mesmo e sentir-se frio.
É sobre estar sentado, totalmente absorto
Ter a alma em prantos e o espírito morto.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Espera e Saudade

Sei que dissemos que não morreriamos.
Sei que estou sempre a margem da existência,
Mesmo que tenha, num impulso de fé,
Acreditado que não ficaria para trás de novo.
Perdão por ter me esquecido dos sonhos de outrora.
Por ter me esquecido de observar o luar,
E as nuvens vermelhas que permeiam a madrugada...
Ainda risco o céu com os olhos, às vezes,
Num lapso de vontade crua de existir novamente.
Sou feito do pó das ruas lá fora,
Além da janela fria do quarto, ainda.
Aprisionado no concreto, na pele e no osso;
Sinto o cheiro ainda daquelas angústias.
Estou tão são, liso e concreto.
Tantos devaneios inúteis
Me desviam do caminho que anseio trilhar.
Me convenço de que é o maldito emprego
E isso tudo que já foi demais, para mim..
Eu sei que te disse que não morreríamos.
Outrora tão vivos... Tão próximos e vivos.
Como pode Meu peito não exalar calor,
E tudo ser tudo tão vazio, agora?
Faço do mundo o que, se de mim não faço nada?
Espero, mesmo que os dias se passem sóbrios e
Ofuscados pelo brilho do passado...
Espero, por mais que não possa vislumbrar nada,
De mãos juntas e olhos ao céu
E levo de ti foto alguma,
Mas claras lembranças de sonhos agora mortos.

"She was a girl Left alone
Feeling the need To make me her home"

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

You Didn't Need To Do That To Me

"You Sleep alone at night,
You never wonder why
All this bitterness wells up inside you...

You've got a low self opinion, man
I see how it breaks you down,
I see how it messes you around..."

"When i touched you, Did you feel it?
Did you ever feel Anything at all?
Do you ever lie awake at night?
Do you ever think of me?
I've got my arms wrapped around myself
You've got your arms around someone else

I lie to myself
I tell myself
I'm not down
Down..
Down...
DOWN
I'M
NOT
DOWN!!!!

Some people are better left alone
Some people are better left alone"

"Believe me when i tell you:
Life will not break your heart
It'll Crush it!"

Rollins Band - You didn't need